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Fintech Hash recebe US$ 15 mi em rodada liderada por investidor do Nubank

O QED Investors, que investe também na Creditas e Guiabolso, liderou a rodada series B da empresa de infraestrutura de pagamentos

João Miranda, fundador e presidente da Hash: fundada em 2017, a fintech permite que empresas ofereçam suas próprias soluções financeiras
 (Hash/Divulgação)

João Miranda, fundador e presidente da Hash: fundada em 2017, a fintech permite que empresas ofereçam suas próprias soluções financeiras (Hash/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 20 de abril de 2021 às 06h00.

Última atualização em 28 de abril de 2021 às 07h05.

A fintech Hash, de infraestrutura de pagamentos, acaba de receber um aporte de US$ 15 milhões liderada pelo fundo QED Investors, que investe no Brasil nos unicórnios Nubank e Creditas. Os fundos Canary e Kaszek, que já investiam na empresa, acompanharam a rodada.

Fundada em 2017 por João Miranda, a Hash é uma startup que permite que outras empresas ofereçam suas próprias soluções financeiras. Como uma “fábrica de fintechs”, ela oferece maquininhas e soluções de pagamento digital totalmente customizáveis. Um de seus maiores clientes, a varejista de madeira Leo Madeiras, por exemplo, lançou uma conta digital e desenvolveu uma máquina de cartão, a Leozinha, que é utilizada por mais de 10.000 marceneiros no Brasil para negociar parcelamento de compras e antecipação de recebíveis com a distribuidora.

“A empresa fez um grande trabalho construindo um produto de valor agregado que seus clientes adoram. Cada vez mais empresas continuarão a buscar mais controle sobre pagamentos e fluxos de transações para proporcionar melhores experiências para seus clientes. Acreditamos que a Hash atenderá a esta necessidade", diz Mike Packer, sócio da QED Investors.

No ano passado, com as grandes empresas em busca de soluções próprias de pagamento, a Hash cresceu mais de dez vezes só no primeiro semestre, processando R$ 300 milhões no ano e totalizando mais de 15.000 estabelecimentos usando suas soluções. De acordo com o fundador, a fintech só não cresceu mais porque decidiu que era preciso aprimorar a organização das estruturas operacionais de vendas, logística, comunicação e atendimento ao cliente antes de ganhar escala.

Com a nova rodada, fintech ganha fôlego para investir no processo de expansão do negócio. A projeção da empresa é que este ano sejam processados R$ 1,5 bilhão e, em 2022, pelo menos R$ 8 bilhões na sua plataforma.

O capital recebido também possibilita que a companhia entre em novos serviços bancários. Como os estabelecimentos já transacionam seus pagamentos pelos sistemas da Hash, a empresa percebeu que poderia manter esse dinheiro dentro da sua infraestrutura se oferecesse mais serviços complementares. Neste ano, então, a fintech vai passar a emitir cartões e oferecer aos clientes uma conta digital. Nos próximos anos, estuda maneiras de entrar no mercado de crédito e de investimentos.

"A tese da Hash é que o mercado vai ter dezenas de empresas oferecendo soluções financeiras customizadas. Como a gente começou com pagamentos, devido à minha experiência na Pagar.me [vendida para a Stone em 2016], já temos acesso ao dinheiro e conquistamos a confiança das empresas, então estamos em uma posição favorável para oferecer mais serviços", diz Miranda. Para conseguir entrar nas novas frentes, a empresa está contratando. O projeto é terminar o ano com 200 funcionários, o dobro do que havia em janeiro.

No longo prazo, a meta da empresa é ser a principal infraestrutura de pagamentos da América Latina. "O mercado de pagamentos viveu em um duopólio até 2010. Depois, entraram mais players, como GetNet, Stone e PagSeguro. Acreditamos que a próxima era será a da descentralização. Em vez de dez players, serão 200. E queremos que a Hash represente essa onda", diz Miranda.

 

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