Exame IN

Dasa e Amil unem hospitais em empresa de R$ 10 bi de receita

Rede hospitalar ficará sob o guarda-chuva da Ímpar, que passa a ter controle compartilhado pelas duas companhias; operação traz alívio para dívida da empresa da família Bueno

Ímpar: joint venture reunirá 25 hospitais e mais de 4 mil leitos (Dasa/Divulgação)

Ímpar: joint venture reunirá 25 hospitais e mais de 4 mil leitos (Dasa/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 14 de junho de 2024 às 10h11.

Última atualização em 14 de junho de 2024 às 10h41.

Dasa e Amil anunciaram oficialmente a criação de uma nova empresa de hospitais, com foco em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e deverá bater de frente com players importantes como Rede D’Or e Mater Dei.  

A união dos hospitais de Dasa e Amil saiu, finalmente, nesta sexta-feira, 14, depois da companhia da família Bueno confirmar, ainda na segunda-feira, as negociações. Todos os hospitais ficarão sob o guarda-chuva da Ímpar, uma empresa que já pertencia à Dasa e agora passa a ter o controle compartilhado igualmente com a Amil. "Com essa união de forças, a Ímpar passará a ser uma rede de hospitais não verticalizada mais robusta e atraente", diz o comunicado das companhias. 

Dulce Pugliese de Godoy Bueno, da família fundadora da Dasa, será nomeada presidente do conselho de administração e Lício Tavares Angelo Cintra será nomeado presidente executivo da Ímpar. Lício é o atual CEO da Dasa. No conselho da nova companhia, 3 membros serão da Amil, 3 da Dasa e outros 3 serão independentes. O objetivo é abrir o capital da Ímpar em uma nova abertura de janela do mercado de capitais. 

Serão 25 hospitais na joint-venture das duas companhias, com mais de 4 mil leitos: 11 hospitais são da Amil, incluindo a tradicional rede Samaritano, e 14 hospitais da Dasa, entre Nove de Julho e a rede Leforte. Os hospitais e unidades de oncologia localizados na região Nordeste (Hospital São Domingos, Hospital da Bahia e AMO) não estão inclusos, bem como os hospitais da Amil na região, que também ficaram de fora, conforme antecipado pelo INSIGHT.  

A receita líquida combinada das operações incluídas foi de R$ 9,9 bilhões (R$ 5,7 bilhões dos ativos Dasa e R$ 4,2 bilhões dos ativos Amil) em 2023, com Ebitda estimado em R$ 777 milhões (R$ 600 milhões dos ativos Dasa e R$ 177 milhões dos ativos Amil). 

 A operação -- primeiro M&A de José Seriperi Junior desde a compra da Amil em dezembro passado -- também traz alívio financeiro para a Dasa. Dos R$ 12 bilhões de dívida brutra, está transferindo para a Ímpar R$ 3,85 bilhões, incluindo dívida líquida financeira, saldo de operações com derivativos, contas a pagar de aquisições e impostos parcelados. Não haverá aporte de dívida líquida pela Amil.

A expectativa, agora, é de que seja efetivado o aumento de capital de R$ 1,5 bilhões da família Bueno na Dasa. Com isso, a alavancagem da Dasa passa de 4,2 vezes o Ebitda do primeiro trimestre para algo em torno de 3 vezes. 

Para gestores ouvidos pelo INSIGHT, a transação ainda não traz a sinalização de melhora da operacional, uma vez que tanto Dasa quanto Amil têm enfrentado restrições e dificuldade em melhorar as margens de seus negócios. "Ao menos por enquanto, o que se adiciona é complexidade."

A operação depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica. 

Acompanhe tudo sobre:Fusões e AquisiçõesSetor de saúdeDasaAmil

Mais de Exame IN

Petrobras: mais um banco se rende à tese de que capex não vai prejudicar dividendos

Rede de estudantes arrecada R$ 3 mi para brasileiros com ambição de mudar o mundo — e até o espaço

Alta de juros, alta da Bolsa? Para o BofA, é mais fácil falar do que acontecer

Exclusivo: Stone coloca Linx à venda; saiba os interessados