Bernat Farrero e Jordi Romero, fundadores da Factorial: startup começou sua expansão internacional em 2020 e hoje atua em cerca de 65 países (Factorial/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 6 de setembro de 2021 às 06h00.
Com milhões de dólares em caixa, a startup espanhola Factorial acaba de desembarcar no Brasil de olho nas pequenas e médias empresas. A companhia, fundada em 2016, é especializada em softwares que ajudam o RH a aprimorar a gestão de pessoas, desde o recrutamento à avaliação de desempenho. O negócio chamou a atenção da gestora americana Tiger Global, que aportou US$ 80 milhões (cerca de R$ 410 milhões) para financiar a expansão internacional da companhia: Brasil e Estados Unidos são os dois principais alvos.
A Factorial foi criada por um trio experiente de engenheiros de computação: Jordi Romero, Pau Revilla e Bernat Farrero. Os três trabalharam e fundaram empresas de software em Barcelona ao longo dos últimos dez anos, o que os fez perceber que faltavam ferramentas para facilitar o dia a dia dos gestores. “As soluções existentes no mercado eram para empresas com mais de 10.000 funcionários e não nos davam nenhum bom insight, então decidimos construir um software nós mesmos”, diz Jordi Romero, presidente da Factorial, ao EXAME IN.
A plataforma de RH criada pelos amigos é voltada para pequenas e médias empresas. O diferencial, segundo o fundador, é o fato de a solução poder ser usada por qualquer funcionário para resolver desde um processo seletivo, até a organização de um evento ou a criação de um programa de avaliação e feedback. A partir de dados gerados pelas interações, o software consegue ajudar os gestores a mapear o desempenho das equipes e definir perfis de comportamentos desejados.
Hoje, o software da Factorial é usado principalmente por empresas que têm entre 10 e 1.000 funcionários, como KFC e Booking.com. Pelo serviço, a startup cobra uma mensalidade por funcionário. No Brasil, o plano inicial sai por R$ 10 ao mês por colaborador, mas empresas de porte maior podem negociar os valores com a companhia.
O modelo de assinaturas vigente foi desenhado pelos sócios em 2019 e trouxe uma mudança de paradigmas para o negócio. Com uma projeção melhor de fluxos de caixa, a startup conseguiu escalar sua operação dentro da Europa e, em 2020, desembarcou no México para explorar a América Latina. Atualmente, empresas de cerca de 65 países estão usando o software da Factorial para organizar a gestão de pessoas.
De lá para cá, a startup conquistou clientes também no Brasil e nos Estados Unidos, mas percebeu que precisaria ter equipes locais para poder entrar com mais força em mercados de língua não espanhola. Foi então que os sócios buscaram fundos de venture capital conhecidos e fecharam a rodada com a Tiger. Com o capital, a empresa está abrindo um escritório em São Paulo e busca profissionais para atuar como Sales Manager e Product Country Manager.
“O Brasil é uma economia gigantesca, e acreditamos que está se transformando ainda mais rápido do que mercados mais maduros, o que aponta o país como uma aposta certeira. Esperamos uma grande ascensão do mercado brasileiro para os próximos anos, e queremos fazer parte deste movimento”, diz o fundador, que projeta que a companhia vai pelo menos triplicar de tamanho até 2022 com a ajuda da operação brasileira.
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