Martin Escobari, co-presidente da General Atlantic: Firma é bastante ativa no Brasil e na América Latina (Divulgação /Site Exame)
Publicado em 12 de dezembro de 2023 às 12h47.
Última atualização em 13 de dezembro de 2023 às 13h44.
Uma das principais firmas de private equity globais, a General Atlantic quer um IPO no próximo ano e já protocolou seus documentos de forma confidencial nos Estados Unidos para aproveitar uma boa janela de mercado, noticiou hoje a Bloomberg.
A gestora, conhecida por sua atuação em growth equity, em empresas com uma tese já bem estabelecida e com alto potencial de crescimento, deve testar o apetite dos investidores por ativos alternativos, num momento em que as taxas de juros mais altas no mundo secaram a fonte de capital barato para novos deals.
Fundada em 1980 nos Estados Unidos, a General Atlantic tem US$ 77 bilhões sob gestão e um histórico que inclui investimentos em gigantes como Facebook, Uber e Alibaba.
Sob o comando local de Martin Escobari, a firma é bastante ativa na América Latina e no Brasil, onde foi uma das primeiras investidoras da XP, antes do IPO, e tem uma carteira que inclui empresas que já listaram suas ações, como Pague Menos, Locaweb e Arco Educação.
Além disso, está por trás de unicórnios como o Quinto Andar, de aluguel residencial, a Gympass, de planos corporativos para academias de ginástica, e a Unico, de softwares de identificação.
Os planos de IPO ainda estão em estágio inicial, diz a Bloomberg. O processo confidencial junto a Securities and Exchange Comission (SEC) permite que as companhias estejam preparadas para aproveitar um bom momento de mercado. Desde a entrada dos documentos, elas têm até um ano para oficializar a oferta.
A queda nos juros longos americanos, sob a expectativa de cortes nas taxas de juros em meados do próximo ano por parte do Fed, trouxe um respiro para as ações americanas, mas o mercado ainda está bastante volátil para novas ofertas.
Há outras empresas de private equity na fila. A CVC está tentando emplacar uma oferta já há alguns meses – provavelmente na bolsa holandesa –, mas, de acordo com o Financial Times, colocou os planos em banho-maria.
Empresas como Blackstone, KKR e Apollo Global, que listaram suas ações na esteira da crise financeira de 2008, tem usado seus papéis para ajudar a financiar aquisições, ampliando seu escopo para outras classes de ativos, além do private equity tradicional e em direção a crédito e seguros.
No Brasil, o maior expoente do segmento é o Pátria, que desde o IPO na Nasdaq em 2021, vem numa ampla agenda de aquisições que multiplicou seus ativos sob gestão de US$ 14 bilhões para quase US$ 40 bilhões.