Douglas Storf, Ury Rappaport e Alexandre Takinami, da Swap: até então, companhia havia levantado R$ 17 milhões com fundos como One.VC, Canary e GFC (Swap/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 28 de outubro de 2021 às 09h00.
Com sua proposta de ser uma "fábrica de fintechs" no mercado brasileiro, a brasileira Swap atraiu um aporte de R$ 135 milhões. A rodada de investimentos série A foi liderada pela Tiger Global e teve a participação dos fundos OneVC, GFC e Flourish (que já investiam na empresa), além dos investidores-anjo Justin Mateen (fundador do Tinder) e Rahul Mehta (managing partner da DST Global). Até então, a empresa havia captado R$ 17 milhões.
Fundada em 2018 pelos empreendedores Douglas Storf, Ury Rappaport e Alexandre Takinami, a Swap começou oferecendo a outras fintechs e bancos digitais brasileiros um serviço de emissão e processamento de cartões pré-pagos. Ao longo do último ano, a empresa expandiu sua atuação, oferecendo às companhias clientes a possibilidade de entrar no mercado de benefícios flexíveis e de crédito.
Os novos produtos ajudaram a empresa a atrair clientes como as fintechs OpenCo, Vee e Valuu, aumentando sua base em 300% no último ano. A receita também cresceu: segundo o presidente Douglas Storf, o faturamento dobrou a cada trimestre e o volume processado cresceu 30% ao mês no último semestre.
Com os recursos da nova rodada, a Swap vai poder investir na contratação de mais funcionários para apoiar sua expansão e o lançamento de novas verticais. Hoje, são 60 pessoas e a meta é chegar a pelo menos 100 até o final do ano. "No mercado corporativo, precisamos de um time de vendas e operação mais experiente, até porque trabalhamos com operações sensíveis, de grande investimento para as empresas", diz o fundador ao EXAME IN.
Para Alex Cook, sócio da Tiger Global, a fintech tem potencial para ajudar a América Latina a difundir a tecnologia dentro do mercado financeiro - o fundo é investidor de alguns gigantes da área de infraestrutura, como Marqeta, Stripe e Checkout.
“A Swap está construindo uma moderna plataforma de emissão de cartões e infraestrutura bancária para a próxima geração de empresas de serviços financeiros no Brasil, possibilitando redução de custos e melhorando experiências para consumidores e empresas. Estamos entusiasmados com a parceria”, disse, em nota.
Fundada em 2018 por Douglas Storf e Ury Rappaport, a Swap nasceu de uma percepção que os sócios tiveram enquanto ainda trabalhavam juntos na área de pagamentos do aplicativo de mobilidade 99. A dupla percebeu o quão difícil era para uma companhia de fora do setor financeiro se aventurar nesse segmento, mas notou que era a tendência do mercado de tecnologia.
Na época, iFood, Loggi e Gympass, tentavam tirar do papel produtos financeiros próprios. "Ficou evidente que havia uma oportunidade no mercado", diz Storf. No final de 2018, então, os empreendedores saíram da 99 para criar a Swap. Para ajudá-los na frente de tecnologia, eles convidaram Alexandre Takinami, ex-engenheiro de software do Guiabolso, para ser cofundador do negócio.
Na época em que a startup foi lançada, o conceito de bank as a service (ou "banco como serviço", em português) estava nascendo. "Ninguém entendia muito bem o que era infraestrutura de pagamentos", relembra Rappaport.
Hoje, depois do Pix e do open banking abrirem mercado, as "fábricas de fintech" são mais conhecidas e atraem milhões em investimento. Só na semana passada, a brasileira Hash recebeu aporte de R$ 235 milhões liderado pelos fundos QED Investors e Kaszek e a argentina Pomelo levantou R$ 190 milhões com fundos como Tiger, Sequoia e Monashees. Enquanto não está claro quais serão os casos de uso das novas ferramentas do sistema financeiro, os investidores escolhem apostar nos negócios que vão construir a infraestrutura para os demais.
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