Vivo e Sabesp: projeto é faseado e começaria pela capital paulista e por São José dos Campos (Victor Moriyama/Bloomberg/Getty Images)
Diretor de redação da Exame
Publicado em 5 de agosto de 2025 às 17h51.
Última atualização em 5 de agosto de 2025 às 21h34.
A Vivo venceu uma concorrência que nos últimos meses movimentou o mercado de saneamento no Brasil. A Sabesp, companhia de saneamento de São Paulo privatizada em julho de 2024, abriu concorrência para instalar 4 milhões de hidrômetros inteligentes. O investimento total é de aproximadamente R$ 3,8 bilhões*.
O projeto é faseado e neste momento envolve a capital paulista e São José dos Campos. O planejamento, segundo a EXAME apurou, é que no total sejam instalados 10 milhões de hidrômetros, num investimento total de R$ 10 bilhões. A Sabesp não confirma o plano de 10 milhões de hidrômetros.
"O projeto prevê investimentos em equipamentos, infraestrutura e soluções de automação e conectividade, além de hidrômetros inteligentes em todos os imóveis destas cidades até 2029, marcando um salto inédito na gestão dos recursos hídricos", afirmou a Sabesp em fato relevante divulgado na noite desta terça-feira.
É o maior projeto de medição inteligente em andamento no mercado global de saneamento. Assim como em outros países, esse tipo de concorrência vem atraindo interesse de empresas de telecom, acostumadas a medir e gerir em tempo real uma ampla gama de informações.
Esses novos medidores, com tecnologia ultrassônica, substituirão os hidrômetros tradicionais, mecânicos. Eles dispensam a necessidade de aferição de técnicos e oferecem dados praticamente em tempo real para o sistema. Permitem, assim, atuação rápida em vazamentos e um planejamento de investimento mais certeiro.
"Entregamos uma solução completa, que combina IoT, inteligência artificial e integração de sistemas, reforçando nossa atuação como referência em soluções digitais para o mercado corporativo", disse Débora Bortolasi, vice-presidente B2B da Vivo, em comunicado.
No final de julho, a Sabesp divulgou um balanço de um ano da privatização. Desde julho de 2024, a companhia investiu R$ 10,6 bilhões. A meta é investir até R$ 70 bilhões para universalizar o saneamento até 2029.
A empresa hoje é controlada pela Equatorial, que comprou 15% das ações que pertenciam ao governo de São Paulo. Outros 17% das ações foram negociados no mercado.
*Uma versão anterior dessa reportagem afirmou que o valor do investimento era de R$ 3,5 bilhões. A correção foi feita às 21h24 de 5/8/20204.