Oi: Novo acionista poderia pedir adiamento ou suspensão se assembleia de credores (Foto: Cristiano Mariz/Exame) (Cristiano Mariz/Exame)
Editora do EXAME IN
Publicado em 21 de fevereiro de 2024 às 13h09.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2024 às 13h15.
No que pode ser uma reviravolta no plano de recuperação judicial da Oi, um fundo gerido pela Trustee montou uma posição de 5,14% na companhia e acaba de informá-la que pretende ter voz ativa, com intervenção na administração e nas negociações com autoridades e credores, segundo documento obtido com exclusividade pelo INSIGHT.
A Oi deve soltar comunicado em breve sobre a participação.
No mercado, especula-se que se trata de um veículo de investimento de Nelson Tanure. Um fundo chamado “Nova Oi”, gerido pela Trustee, foi constituído em janeiro e tem apenas dois cotistas, cujos nomes não são revelados.
O novo acionista chega num momento em que a Oi está avançando com os credores para aprovar seu plano de seu segundo plano de recuperação judicial. Após longas costuras, a companhia apresentou um novo plano de recuperação no último dia 6. Uma assembleia está marcada para 5 de março, com segunda convocação prevista para o dia 11.
Nos bastidores da Oi, a leitura é que o novo acionista pode pedir o adiamento ou a suspensão da assembleia para tentar implementar sua estratégia. “Sem isso, não haveria tempo para nada do que ele possa tentar, mesmo convocar uma AGE para mudar o conselho”, pondera uma fonte próxima à companhia.
Nos últimos dias, já havia especulações do mercado sobre o movimento. Nas últimas semanas, desde a apresentação do plano, houve um forte movimento comprador de ações da Oi, que a levou a uma alta de 120% na Bolsa em pouco mais de 15 dias.
As compras foram feitas por meio de diversas corretoras, mas a maior parte delas fez compras e vendas. Apenas o Banco Master – que já fez outros investimentos com Tanure – ficou líquido na ponta compradora, de acordo com operadores.
Segundo o documento enviado pela Trustee à Oi, o investimento é minoritário e “tem a intenção de contribuir junto a empresa, autoridades, reguladores, poder judiciário do Rio de Janeiro, credores e a estrutura administrativa da empresa, em uma ampla solução para o soerguimento dessa relevante instituição de serviço público em todo o território nacional”.
A gestora destacou ainda que “tem a intenção de contribuir para a melhoria na estrutura administrativa da companhia”.
Se confirmada, essa não seria a primeira investida de Tanure num processo de recuperação judicial. Ele se tornou um dos principais acionistas da Light e vem tentando costurar um plano em paralelo com a renovação das concessões da distribuidora junto à Aneel. Tanure é proximo de Hélio Costa, ex-ministro das comunicações do primeiro governo Lula e com trânsito em Brasília, que é chairman da Light e também está no conselho da Petro Rio.