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E-commerce: americana Etsy compra Elo7 por R$ 1 bi para entrar no Brasil

Dona de marketplaces de produtos artesanais, a empresa americana está de olho na base de mais de 56.000 vendedores do Elo7 no país

 (Elo7/Divulgação)

(Elo7/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 28 de junho de 2021 às 12h07.

Última atualização em 2 de julho de 2021 às 15h25.

Para começar sua expansão pela América Latina, a empresa de e-commerce americana Etsy, dona de marketplaces de produtos artesanais, fechou um acordo para comprar o site brasileiro Elo7 por US$ 217 milhões (cerca de R$ 1 bilhão). A companhia, que é uma espécie de "Etsy do Brasil", acumula mais de 56.000 vendedores e 1,9 milhão de clientes no seu marketplace. Por lá, é possível encontrar desde bijuterias artesanais até itens para casamentos, decorações para casa e máscaras de pano.

Em entrevista ao EXAME IN, o presidente do Elo7, Carlos Curioni, diz que a transação foi "passo natural", já que o site brasileiro, fundado em 2008, se inspirou na Etsy, que havia sido criada três anos antes por Robert Kalin, Chris Maguire, Haim Schoppik e Jared Tarbell nos Estados Unidos. "Nos conhecemos há alguns anos e temos um entendimento parecido sobre cultura e missão do negócio. Então a aquisição foi um casamento natural", afirma o executivo.

A aquisição, que deve ser concluída no terceiro trimestre deste ano, foi feita em dinheiro, não troca de ações. O presidente e os 150 funcionários da companhia ficarão no negócio. Ao longo dos próximos meses, a quatro mãos, a Etsy e o Elo7 vão definir como será a administração e o relacionamento entre os times. O que já está claro é que a marca e a sede em São Paulo serão mantidas. "O que gerou interesse foi nossa marca, estrutura interna e a base de vendedores. A ideia é que a gente mantenha isso e aproveite as sinergias com eles", diz Curioni.

A expectativa é que o Elo7 ajude a Etsy a explorar o crescente mercado de e-commerce da América Latina, que tem penetração menor que 10%, mas deve crescer 26% por ano até 2024, atingindo US$ 29 bilhões em movimentação, segundo dados da Euromonitor. O Brasil, que é o maior mercado da região, tem apresentado crescimento expressivo desde o começo da pandemia. Só no ano passado, o e-commerce cresceu 41% no país e 13 milhões de brasileiros fizeram a primeira compra online.

"Esta transação estabelecerá uma base para nós na América Latina, região de comércio eletrônico pouco aproveitada na qual a Etsy atualmente não tem uma carteira de clientes significativa. Estamos ansiosos para receber a talentosa equipe de liderança e os funcionários do Elo7 na família Etsy”, diz, em nota, Josh Silverman, presidente da Etsy.

A Etsy, que foi criada em 2005 com a missão de "manter o e-commerce humano", é avaliada hoje é cerca de US$ 23,4 bilhões. No total, seu marketplace soma mais de 4,4 milhões de vendedores e 81,9 milhões de compradores, o que resultou em um faturamento aproximado de US$ 4 bilhões para os vendedores no ano passado.

Aproveitando o boom do e-commerce no mundo, a empresa está em fase de expansão. No começo de junho, ela anunciou a compra do marketplace britânico de roupas usadas Depop por US$ 1,62 bilhões. Fundado em 2011, o site acumula mais de 30 milhões de clientes em 150 países e é especialmente popular entre a geração Z. Antes, em 2019, a americana havia adquirido por US$ 275 milhões o site de venda de equipamentos usados de música Reverb.

"Além da primeira missão, que continua a ser impulsionar o crescimento em nosso marketplace central, Etsy.com, agora vamos nos concentrar em integrar a Depop e o Elo7 à família Etsy”, disse Rachel Glaser, diretora financeira da Etsy, em nota à imprensa. Assim como acontece com o Reverb, a Etsy garante que Depop e Elo7 terão independência na operação, mas poderão contar com a ajuda da Etsy na gestão de produtos, marketing, tecnologia e suporte ao cliente.

"Estamos ansiosos para aproveitar o conhecimento da Etsy para ajudar o marketplace, a comunidade e a equipe do Elo7 a alcançar todo o nosso potencial no Brasil”, afirma Curioni.

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