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Estreia na B3: fintech Magnetis lança um ETF para as techs brasileiras

Combinando ações locais e BDRs, o TECB11 reúne mais de 23 empresas, entre elas Mercado Livre, Magalu e Stone

Daniel Jannuzzi, especialista em investimentos da Magnetis: “Decidimos ajudar a desenvolver o mercado de ETFs no Brasil com um produto que permitisse alocação em tecnologia” (Magnetis/Leandro Caproni/Divulgação)

Daniel Jannuzzi, especialista em investimentos da Magnetis: “Decidimos ajudar a desenvolver o mercado de ETFs no Brasil com um produto que permitisse alocação em tecnologia” (Magnetis/Leandro Caproni/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 4 de outubro de 2021 às 12h29.

Última atualização em 5 de outubro de 2021 às 10h58.

A demanda crescente por ativos de tecnologia e o sonho de desenvolver a indústria de ETFs no Brasil impulsionaram a fintech Magnetis, famosa por seus “robôs investidores”, a criar seu primeiro ETF — que começa a ser negociado nesta segunda-feira, 4, na B3. “Nós gostamos bastante dessa indústria. Nos Estados Unidos, os mais de 3.000 ETFs movimentam trilhões. No Brasil, ainda são cerca de 40, então há espaço para pensar em novos que exponham os cotistas ao mercado de forma inovadora”, diz Daniel Jannuzzi, especialista em investimentos da Magnetis ao EXAME IN.

Esse tipo de fundo replica o desempenho de índices e são negociados na bolsa de valores, como se fossem papéis de uma empresa. O TECB11, da Magnetis, irá acompanhar o Índice de Ações Tech Brasil da Teva, inicialmente composto por 23 empresas do setor de software, hardware, dados, e-commerce e serviços financeiros digitais.  

"As empresas de tecnologia foram as principais geradoras de retorno nos últimos anos e serão cada vez mais relevantes na transformação digital que estamos vivenciando. Apesar desse crescimento, os índices tradicionais brasileiros ainda oferecem uma baixa exposição ao setor de tecnologia, sendo dominados por empresas da “velha economia” como bancos e produtoras de commodities", afirma Luciano Tavares, presidente e fundador da Magnetis.

Para conseguir trazer esses ativos de tecnologia ao investidor brasileiro, a fintech decidiu que seu ETF não poderia focar somente em empresas listadas na B3. Por isso, o índice criado pela Teva inclui tanto ações listadas na bolsa brasileira quanto BDRs de empresas de tecnologia cujo principal mercado é o Brasil, como Mercado Livre, PagSeguro e Stone. 

Para entrar no índice, a empresa tem que ter valor de mercado acima de R$ 500 milhões e estar negociada no pregão para garantir liquidez ao ETF. O peso que cada companhia tem é ponderado pelo tamanho de mercado — quanto maior a empresa, maior a participação no índice, que será rebalanceado trimestralmente pela Teva.

O TECB11 cobra uma taxa de administração de 0,6% ao ano, sem taxa de performance. O administrador do fundo é o BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) e o banco Credit Suisse foi contratado para atuar como formador de mercado, garantido ordens de compra e venda a preços adequados. 

Trajetória da fintech

Criada em 2015, a Magnetis monta carteiras administradas por robôs de investimento (robo advisors). Com respostas simples, a inteligência da empresa consegue traçar o perfil de risco e o objetivo financeiro do cliente – pagar um carro, acumular patrimônio ou guardar dinheiro para a aposentadoria, por exemplo. Munidos de tais informações, os robôs da startup começam a operar e o algoritmo sugere os investimentos mais adequados. 

Além das carteiras de investimentos, a Magnetis também oferece um fundo de previdência privada. Hoje, com cerca de 100 funcionários trabalhando remotamente em seis estados do Brasil, a fintech já montou mais de 300.000 planos de investimento e tem mais de R$ 800 milhões sob gestão.

O negócio recebeu em julho do ano passado um investimento de R$ 60 milhões na sua rodada de investimento série B, liderada pelo fundo Repoint eventures (Creditas, Gympass) e com participação da Vostok Emerging Finance. A fintech havia recebido um aporte de R$ 3 milhões em junho de 2015 dos fundos Monashees Capital e Redpoint eventures. Depois, em abril de 2018, fez sua série A, levantando R$ 17 milhões com os fundos Vostok Emerging Finance e Monashees.

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