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Em tempos de concorrência acirrada, Assaí mira rentabilidade e desalavancagem

Companhia viu ritmo de crescimento de receita perder intensidade no segundo trimestre, mas CFO diz que esforços são para aumento de margens e geração de caixa

Assaí: despesas ficaram estáveis, representando 11,2% da receita, o que ajudou a melhorar rentabilidade (Assaí/Divulgação)

Assaí: despesas ficaram estáveis, representando 11,2% da receita, o que ajudou a melhorar rentabilidade (Assaí/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 8 de agosto de 2024 às 18h27.

Última atualização em 8 de agosto de 2024 às 18h28.

Depois de trimestres de avanço acelerado de vendas com a entrada de novas lojas, o Assaí quer equilibrar o crescimento com ganho de rentabilidade, num momento em que o ambiente competitivo está mais apertado.

No segundo trimestre, o lucro líquido ficou 21% menor, em R$ 123 milhões, no pós-IFRS 16, ainda pressionado pelas despesas financeiras.

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A companhia reportou um avanço de 11,8% na receita líquida, para R$ 17,87 bilhões, em linha com as projeções de mercado.

O top line é puxado pelo aumento de 7 milhões de tíquetes, que totalizaram 77 milhões, como efeito da expansão de lojas. Para este ano, a empresa projeta 15 novas lojas.

“As lojas convertidas estão crescendo em faturamento e margem. O que nos deixa bastante entusiasmados com a maturação”, diz o CFO, Vitor Fagá.

A varejista viu as vendas em mesmas lojas crescerem em ritmo menos acelerado, de 2,9%. No primeiro trimestre, o indicador tinha avançado 3,4%.

No entanto, as vendas por m² atingiram R$ 4,4 mil, patamar que representa a maior produtividade do setor.

A margem bruta subiu de 16,2% para 16,5%, com mais lojas ganhando serviços como padaria, açougue e de fatiamento de frios, que têm margens maiores.

Além disso, destaca Fagá, conseguiu manter estável a participação das despesas de SG&A em 11,2% da receita.

“Nossa estratégia é de crescimento com rentabilidade. Mesmo diante desse cenário [de competição], somos cautelosos”, diz o executivo, acrescentando que a companhia também tem ferramentas para parcelamento de compras em algumas de suas lojas, o que tem sido uma “arma” para competir pela preferência dos clientes. No segundo trimestre, o Carrefour instituiu o parcelamento em até 3 vezes em todas as lojas do Atacadão.

O Ebitda ajustado cresceu 15,7%, para R$ 1,29 bilhão, pós-IFRS 16, com margem de 7,2%, 0,2 ponto percentual melhor do que um ano antes. Esse avanço vem de uma combinação de decisões operacionais, que vão desde a contenção do avanço das despesas até a maior relevância das galerias no parque de lojas o que ajuda o Assaí com a receita de aluguel e melhora o tráfego de clientes.

Esse crescimento de Ebitda é importante para a companhia no que deve ser uma das prioridades deste ano, segundo o CFO: reduzir a alavancagem. A meta é ficar abaixo de 3,2x ao fim de 2024.

A geração de caixa dá gás, mas a companhia também reperfilou sua dívida. Emitiu no primeiro semestre, em março e em junho, debêntures com CDI+1,25%, abaixo do custo médio de CDI+1,49%.

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