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Abilio Diniz: otimista inveterado, empresário deixa legado de busca constante pela excelência

Na última entrevista concedida à EXAME, Abilio Diniz se coloca como um otimista: “sou orgulhoso do país onde nasci e pretendo continuar assim até o fim dos meus dias”

Das 1260 edições impressas desde julho de 1967, ele foi destaque em 13 (Arquivo/Exame)

Das 1260 edições impressas desde julho de 1967, ele foi destaque em 13 (Arquivo/Exame)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 18 de fevereiro de 2024 às 21h51.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2024 às 22h58.

Em uma tarde de agosto de 2023, Abilio Diniz chegou mancando, com dores, na redação da EXAME. Ele tinha uma delicada cirurgia no joelho direito marcada para dali a poucos dias. Diniz abriu esse espaço em sua disputada agenda por um motivo nobre: participar de um vídeo com os maiores empresários brasileiros em homenagem ao prêmio Melhores e Maiores, que estava completando 50 anos.

Abilio morreu em decorrência de uma insuficiência respiratória por pneumunite. O empresário estava hospitalizado há algumas semanas. Ele começou a passar mal em Aspen e teve de voltar às pressas ao Brasil num avião com uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Diniz era figura obrigatória no vídeo, por sua extensa carreira no empresariado e por uma razão estatística: é dele o recorde de capas da EXAME. Das 1260 edições impressas desde julho de 1967, ele foi destaque em 13. “EXAME sempre foi a principal revista de negócios do Brasil. É muito importante para mim ser o recordista de capas da publicação.”

Diniz contou na conversa que, em toda sua vida, buscou ser sempre o melhor. “Ser o maior pode ser consequência”, diz. O empresário se considera um otimista. “Sou orgulhoso do país onde nasci e pretendo continuar assim até o fim dos meus dias”, afirma. Confira a entrevista abaixo.

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Quem foi Abílio Diniz?

Abilio Diniz nasceu em 28 de dezembro de 1936. O primeiro dos seis filhos de Floripes Pires e de Valentim Diniz. Se formou em 1956 pela Escola de Administração de Empresas da FGV e, ao terminar a graduação, aceitou a proposta de seu pai para começar a trabalhar em um novo empreendimento da família, o Supermercado Pão de Açúcar.

Antes disso, Valentim havia fundado a Doceria Pão de Açúcar, inaugurada em 1948 e na qual Abílio havia trabalhado desde menino. Por isso, principalmente, Abílio recusava o título de fundador do Pão de Açúcar, sem jamais tirar de si o mérito da expansão do grupo. No fim dos anos 1950, nascia a primeira loja do mercado, na Av. Brigadeiro Luiz Antônio, em São Paulo.

Não foi uma decisão tomada de bate-pronto. Depois de se formar em administração, Diniz queria fazer uma pós-graduação em Michigan e ser professor. Tocar a padaria de seu pai era pouco perto de suas ambições. Então, o pai apresentou-lhe as redes Peg-Pag e Sirva-se, primeiros supermercados do país — algo que conquistou Abílio de cara. “Aquilo virou minha cabeça. Percebi que daquele jeito seria possível fazer uma empresa grande”, disse.

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