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Dynamo capta R$ 450 milhões em menos de dois minutos

Captação de hoje foi para atuais cotistas do fundo Cougar; gestora abre para novos investidores na quarta-feira, dia 2

Fundo Cougar: retorno superior a 3.802.413% desde a criação, em setembro de 1993 ou 35 vezes a rentabilidade do Índice Bovespa (Gabriel Vergani / EyeEm/Getty Images)

Fundo Cougar: retorno superior a 3.802.413% desde a criação, em setembro de 1993 ou 35 vezes a rentabilidade do Índice Bovespa (Gabriel Vergani / EyeEm/Getty Images)

GV

Graziella Valenti

Publicado em 31 de janeiro de 2022 às 18h28.

Última atualização em 31 de janeiro de 2022 às 18h53.

Durou menos de dois minutos. Assim foi a reabertura do fundo Dynamo Cougar, um dos mais tradicionais e longínquos do mercado brasileiro, quando o assunto é ações. A gestora colocou na rua uma captação de R$ 1,1 bilhão. Desse total, R$ 450 milhões foram separados para, na largada, atender a uma espécie de prioridade dos atuais cotistas de acompanhar essa reabertura. Foi uma inovação na indústria, que denota uma preocupação da casa com seus investidores.

Cada cotista podia colocar até R$ 7 milhões a mais na carteira. A possibilidade abriu hoje, dia 31, às 8h00 e se esgotou antes das 08h02. Na quarta-feira, a carteira abre para todo público (novos e atuais), de forma a completar o total.  O limite máximo de investimento será de R$ 30 milhões nessa tranche — o mínimo é de R$ 300 mil. Somando as fases, o atual investidor do fundo poderá colocar até R$ 37 milhões a mais e novos interessados, até R$ 30 milhões.

Em 2020, no auge da incerteza da pandemia, enquanto os pregões ainda ocorriam aos soluços dos circuit-breakers, a Dynamo foi a primeira a disparar o alerta de oportunidade e sair com uma captação, depois de o Cougar ter ficado fechado por 9 anos. Foi seguida por diversas outras casas relevantes, com foco em valor no longo prazo e que estavam dispostas a ver oportunidades onde outros viam apenas terror. Foi quase um chamamento, um alerta para as oportunidades.

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Agora, o cenário é diferente. As oportunidades não são de uma virada forte e rápida no mercado, como era na pandemia, mas sim para quem vê valor na bolsa para o longo prazo. Só em março de 2020, os fundos de ações captaram em torno de R$ 7 bilhões e as pessoas físicas compraram, na sensação de saldão, nada menos do que R$ 17 bilhões em ações diretamente no pregão — os estrangeiros tiraram R$ 27 bilhões do mercado local naquele mês.

O cenário atual é inverso. Pelos dados da B3, os investidores individuais venderam mais de R$ 6 bilhões de suas posições e os institucionais sacaram quase R$ 25 bilhões — e tudo isso apenas em janeiro, até o dia 25 de janeiro. O fluxo internacional amorteceu o tombo, com compras líquidas maiores do que R$ 28 bilhões.

Se os fundos feeders do Cougar acompanharem as captações, a Dynamo vai levantar aproximadamente R$ 2 bilhões totalmente na contramão do mercado local. Qual o motivo da correria e da disposição do cotista? Desde que a carteira teve início, em setembro de 1993 — quatro meses após o então presidente Itamar Franco nomear Fernando Henrique Cardoso para o Ministério da Fazenda  — o retorno acumulado é maior do que 3.802.413%, comparado a um rendimento de 108.963% do Índice Bovespa. Trata-se de 35 vezes o indicador de referência. Só por curiosidade: quem apostou no CDI nesse intervalo, teve um rendimento equivalente a 220.707%. O tal do “alpha” do gestor, pelo visto, tem muito valor importante. E explica porque a casa levantou dinheiro novo ainda mais rapidamente do que 2020 em um ambiente tão adverso para a bolsa brasileira.

Embora o fluxo siga ruim, as vozes de que a bolsa local pode ser uma grata surpresa em 2021 começam a fazer coro.

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