Rodolfo Spielmann: planos começam pelo Brasil, mas gestora também quer expandir para outros países, como México e Peru (South Patagonia Capital/Divulgação)
Graziella Valenti
Publicado em 7 de julho de 2022 às 14h30.
Rodolfo Spielmann decidiu empreender e ajudar quem empreende a crescer. Depois de nove anos à frente da gestão do fundo de pensão canadense CPP, para toda região da América Latina, abriu sua própria gestora de private equity South Patagonia Capital. O plano, contou ele entrevista ao EXAME IN, é alcançar uma carteira de investimentos entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões em dentro de três a cinco anos.
O modelo, porém, não será o mais convencional, de primeiro estruturar um fundo e depois fazer os investimentos. A casa fará os aportes em sistema de club deals, ou seja, reunir um pool de investidores específico para cada companhia-alvo. “Dessa forma, os investidores ficam mais próximos e acompanha até com mais transparência os resultados”, explica ele. É possível, também dessa forma, até mesmo atrair sócios estratégicos para cada negócio, com aportes minoritários.
Ele espera que o tíquete médio dos aportes fique entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões. “É claro que também poderá haver oportunidades de US$ 50 milhões, ou até de US$ 200 milhões.” A ideia é mirar em companhias em um estágio ainda pré-IPO.
Na largada, buscará oportunidades nos segmentos de serviços para saúde e financeiro. Mas, na medida em que gestora atrair outros sócios gestores, o escopo poderá ser ampliado para novos setores, conforme a especialidade de cada um que se juntar ao time da South Patagonia.
O Brasil será o principal alvo, mas a expectativa é que dentro de três a cinco anos também possam ser feitos investimentos no México e no Peru. “O destaque é o Brasil, porque possui o ambiente de mercado de capitais mais desenvolvido da região. “Para se ter uma ideia do porque digo isso, em 2021, ano em que ocorrem 45 IPOs aqui, não houve nenhum no México.”
Apesar do bear market, Spielmann não se intimida. “O momento pode estar ruim para desinvestimentos, mas não para investimentos. Nesses anos, já vi e vivi muitas crises e sempre existem boas oportunidades, empresas que crescem”, enfatiza ele. “No Brasil, então, com suas dimensões e tamanho de mercado, há negócios que não são da área de tecnologia e crescem a taxas médias de 20% a 30% ao ano.”
Na gestão de Spielmann, o CPP tornou-se o maior investidor institucional da região, com uma carteira de US$ 20 bilhões. Ele esteve à frente de aportes que somam mais de R$ 9 bilhões, em empresas como Votorantim Energia, Iguá Saneamento e Smartfit, por exemplo. Antes do fundo canadense, o gestor já carregava 21 anos de experiência, divididos entre Deutsche Bank e Bain & Company.
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