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Décio e Sallouti debatem carência em tech e papel de endowments no Brasil

Presidente do conselho da Weg e CEO do BTG Pactual participam de evento do Fundo Catarina, da UFSC

Décio Silva (WEG) e Roberto Sallouti (BTG), da esquerda para direita: fundos patrimonais para universidades podem ter papel importante para solucionar lacuna de profissionais de tecnologia no país (Rodrigo Arsego/BTG/Divulgação)

Décio Silva (WEG) e Roberto Sallouti (BTG), da esquerda para direita: fundos patrimonais para universidades podem ter papel importante para solucionar lacuna de profissionais de tecnologia no país (Rodrigo Arsego/BTG/Divulgação)

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Lucas Amorim

Publicado em 21 de outubro de 2021 às 11h50.

Última atualização em 21 de outubro de 2021 às 15h31.

Dentre os inúmeros desafios para o Brasil ser um líder global nas próximas décadas, a falta de profissionais de tecnologia é um dos mais relevantes. Segundo estimativa da consultoria McKinsey, o Brasil terá até 2030 uma carência de 1 milhão de especialistas em tech. Para cada um graduado em tecnologia o Brasil tem 11 em direito ou administração, segundo estimativa da consultoria.

Uma das formas de reduzir essa lacuna é com mais investimento de fundos patrimoniais, os chamados endowments. O papel dessas iniciativas para ampliar o volume — e a qualidade — dos profissionais de tecnologia no Brasil é tema de um debate nesta quinta-feira entre Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual, e Décio da Silva, presidente do conselho da WEG. O evento tem apoio de instituições como a Inteli (Instituto de Tecnologia e Liderança), EQI Investimentos, Acate, Fiesc, Senai e prefeitura de Florianópolis.

Criado em abril do ano passado, o Fundo Catarina apoia alunos do Centro Tecnológico da UFSC, universidade reconhecida pela formação de profissionais e empreendedores no Sul do país. Entre seus egressos está justamente Décio da Silva, doador fundador do fundo junto com as demais famílias criadoras da WEG. O Catarina também tem como apoiadores Luis Stuhlberger, do fundo Verde.

A meta é captar R$ 20 milhões para financiar estudo, pesquisa e empreendedorismo na UFSC. O modelo são endowments mais estruturados no Brasil, como o Amigos da Poli, e, sobretudo, iniciativas americanas. O endowment ligado à Harvard tem patrimônio de US$ 50 bilhões. Na média, 30% dos recursos das melhores universidades americanas vem de fundos patrimoniais.

"A história do Catarina mostra de que existem empresários e empreendedores preocupados com o Brasil e com vontade de contribuir com a sociedade", diz Raphael Zimmermann, estudante da UFSC e presidente do fundo.

Zimmermann aponta que as 10 melhores universidades brasileiras de computação oferecem apenas 1.200 vagas por ano. E têm foco em pesquisa, e não necessariamente nas competências necessárias para o mundo pós-pandemia. "Há um desalinhamento crescente entre a universidade e o mercado. É um gap que estamos trabalhando para a judar a fechar".

Segundo o estudante, a pandemia amadureceu a cultura de doação no Brasil, mas falta ainda incentivo fiscal para ampliar os volumes e o número de iniciativas. "O Brasil é um dos poucos países do mundo que tributam doações".

A inscrição no evento pode ser feita neste link: http://bit.ly/NovoDesafioBrasil. Para conhecer mais e contribuir com o Funda Catarina, entre em contato pelo email info@fundocatarina.com.br

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