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Copel completa metamorfose pós-privatização com novo conselho e pacote de remuneração

Squadra e Radar indicam Pedro Sales, ex-Verde, e Viviane Martins, CEO do Grupo Falconi, para o board; participação do Paraná cai de cinco para três assentos

Copel: Sem exposição à renovação de concessões, UBS vê empresa com boa relação entre risco e retorno (Copel/Divulgação)

Copel: Sem exposição à renovação de concessões, UBS vê empresa com boa relação entre risco e retorno (Copel/Divulgação)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 25 de março de 2024 às 13h18.

Última atualização em 26 de março de 2024 às 09h35.

Num passo crucial pós-privatização, a Copel deve ter um novo conselho com menor participação do Estado e um plano de remuneração para executivos e conselheiros que alinha melhor seus interesses com o longo prazo da companhia.

Aguardadas desde a oferta de ações que marcou a diluição do governo do Paraná, em agosto do ano passado, as medidas alinham a governança da empresa de energia como uma corporation e injetam uma cultura meritocrática na gestão para dar tração ao processo de reestruturação operacional que vem sendo levado a cabo pelo CEO Daniel Slaviero.

A Squadra e a Radar, dois dos principais acionistas da empresa de energia desde a oferta de agosto de 2023, indicaram respectivamente Pedro Sales, ex-portfolio manager do Verde e Viviane Martins, CEO do Grupo Falconi e da Falconi Capital, para compor o board.

Eles entrarão no lugar de Fernando Perez a Lucia Casasanta, que ocupavam vagas do governo do Paraná. Os nomes serão levados à assembleia no dia 22 de abril.

Na nova composição, seriam três conselheiros indicados pelo governo estadual, três pelos acionistas de referência do mercado – incluindo Marcelo Monteiro, que já está no colegiado –, dois pelo BNDES e um pelos empregados.

Hoje, dos nove membros, cinco são do governo paranaense – em sua grande maioria, nomes já independentes –, e apenas um dos minoritários. BNDES e empregados vão manter sua representatividade: dois e um assento, nesta ordem.

Em paralelo, o conselho também aprovou um novo plano de remuneração para a diretoria, atrelando boa parte dela à compensação variável de longo prazo.

Desenvolvido pela consultoria Korn Ferry, o pacote prevê que diretores, superintendes e outras posições-chave tenham de 25% a 30% da sua remuneração vinda do salário-base, 25% a 30% de bônus anual e 40% a 50% de incentivos de longo prazo, ligados principalmente a um novo plano de opções de ações.

Esse plano, ligado a métricas de desempenho que incluem lucro e retorno total ao acionista, terá um vesting de três anos, com strike em R$ 8,25 por ação, corrigido por IPCA + 5% ao ano, com data-base em agosto de 2023, quando a oferta de privatização foi concluída.

Os conselheiros também terão remuneração atrelada a ações, mas de uma maneira diferente. Nesse caso, as ações não estão condicionadas a desempenho e serão pagas a preços de mercado. O vesting é alinhado com o mandato na cadeira, de dois anos, com lock-up de outros dois.

No caso dos conselheiros, 75% da remuneração virá de salário-base e 25% de ações.  Para o chairman, essas fatias serão de 60% e 40%, respectivamente.

Ao todo, os planos de opções podem ter efeito dilutivo de no máximo 1% do capital total , afirmou a empresa na proposta aos acionistas.

Hoje, o Estado do Paraná tem 15,9% do capital total, o BNDESPar outros 22% e os pouco mais de 60% restantes estão em circulação no mercado.

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