Igor Sempre Bom, Rafael Costa, Rodrigo Della Rocca, Atílio Borges e Marcelo Cruz, da CondoConta (CondoConta/Exame)
Carolina Ingizza
Publicado em 6 de setembro de 2021 às 15h53.
Última atualização em 6 de setembro de 2021 às 21h09.
Seis meses depois de captar um seed de R$ 6,6 milhões, a fintech CondoConta voltou a chamar a atenção dos investidores. A Redpoint eventures, que liderou a rodada anterior, acaba de aportar novos R$ 6 milhões no negócio, entusiasmada com o crescimento registrado nos últimos meses.
Fundada em 2019 em Florianópolis por Rodrigo Della Rocca, Rafael Costa, Marcelo Cruz e Atílio Borges, o CondoConta nasceu com a proposta de ser um banco para os condomínios brasileiros, ajudando síndicos e administradores com a gestão financeira.
A empresa se especializou nas particularidades desse tipo de CNPJ e consegue abrir contas de forma totalmente digital. Aos clientes, ela oferece serviços como TED, Pix e emissão de boletos com tarifa zero. Além disso, remunera os fundos de reserva com 100% do CDI.
“Essa simplificação que o CondoConta possibilita aos condomínios permite que eles se profissionalizem e foquem seus investimentos em outras áreas. A nova rodada poderá proporcionar o crescimento e a chegada da startup a outros mercados, além da contratação de novos talentos para o time, trazendo ainda mais ganhos à empresa”, afirma Romero Rodrigues, sócio-diretor da Redpoint eventures.
Em março, quando levantou a primeira rodada, a fintech atendia cerca de 300 condomínios no Brasil e tinha como meta chegar até o final de 2022 com cerca de 2.000 clientes, duplicando o time de 25 para 50 pessoas. Os objetivos, no entanto, foram cumpridos bem antes do prazo. "Como somos os primeiros nesse nicho, nos movimentamos rápido e conseguimos chegar em setembro com o número de clientes e o faturamento que esperávamos para dezembro de 2022", diz Rodrigo Della Rocca, cofundador e presidente da fintech.
O crescimento expressivo aconteceu por conta de uma demanda inesperada. Até então, a empresa está focando seus esforços de venda em condomínios do Sul e Sudeste, mas foi procurada também por dezenas de síndicos e administradores de condomínios do Nordeste interessados na sua solução. Em média, segundo o presidente, 200 novos condomínios e 30 administradores entram todos os meses na plataforma.
Para dar conta do grande volume de novos clientes, a equipe do CondoConta passou de 25 para 85 pessoas, com contratações principalmente nas áreas de produto e sucesso do cliente. "A onda está passando agora e a gente sabe surfá-la. Levamos os números para nossos investidores e eles entenderam que era o momento de aproveitar para impulsionar nosso crescimento", diz Della Rocca.
Um dos principais serviços oferecidos pela fintech hoje é a possibilidade de adiantamento do condomínio. A empresa deixa os condôminos parcelarem o valor da mensalidade do condomínio em até 12 vezes, mas garantindo o dinheiro à vista aos administradores. "Com a pandemia, a inadimplência do mercado aumentou, mas nosso produto de Buy Now Pay Later ajuda os condomínios a manter o fluxo de caixa em dia", diz o fundador. Só em julho, foram mais de R$ 10 milhões em transações antecipadas pela fintech.
Com a nova injeção de capital da Redpoint, a fintech está investindo em novos produtos e contratando funcionários mais seniores para estruturar sua governança. No último mês, a empresa lançou a versão web do seu serviço, até então disponível só para dispositivos móveis — um pedido das administradoras.
Ao longo dos próximos meses, a empresa deve impulsionar sua frente de crédito e entrar em novas áreas. “As principais dores envolvem o caos financeiro como mola propulsora, e escolhemos começar por elas. Em seguida, temos o relacionamento entre condôminos, pets, carros e manutenção. Nosso roadmap inclui abraçar os condomínios pela gestão financeira para plugar parceiros especialistas em outras frentes”, diz o fundador.
Espaço para continuar crescendo não falta: estima-se que haja mais de 500.000 condomínios no Brasil. Atualmente, a fintech está presente em 23 estados brasileiros e tem R$ 35 bilhões em gestão de patrimônio condominial. A expectativa dos sócios é fechar o ano com mais de 100.000 cotas de condomínios geradas e R$ 150 milhões em movimentações.
Assine a EXAME e acesse as notícias mais importantes em tempo real.