Embraer: a fabricante de aeronaves viu sua ação subir 61,46% (JUSTIN TALLIS/Getty Images)
Repórter Exame IN
Publicado em 22 de novembro de 2023 às 13h14.
Última atualização em 11 de dezembro de 2023 às 17h18.
A Embraer deve acelerar as entregas de novos jatos no quarto trimestre, com potencial de aumento de receita relevante também em 2024 – abrindo um bom ponto de entrada para compra de ações da companhia, disse hoje o BTG (do mesmo grupo de controle da EXAME) em relatório.
“Após entregar um terceiro trimestre em linha com as expectativas, com entregas de aeronaves comerciais totalizando 39 unidades em 2023, antecipamos entregas robustas no quarto trimestre, espelhando o padrão observado em 2022, quando a maior parte das entregas aconteceu no fim do ano”, escreveram os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia.
Segundo eles, a Embraer negocia a um múltiplo de 7,8 vezes seu Ebitda para 2024, abaixo da média do seu setor. Por enquanto, o BTG estima um preço-alvo de US$ 19 para as ações da companhia nos próximos 12 meses, um potencial de alta de 13% em relação aos patamares atuais.
Análises preliminares feitas pelo BTG mostram que, em outubro, a Embraer vendeu seis aeronaves, 20% mais do que média mensal do terceiro trimestre – uma tendência também observada na concorrência. A Airbus vendeu 71 aeronaves comerciais no mês passado, alta de 24% em relação à média mensal do mês anterior.
Entrevistas recentes dadas pela direção da Embraer corroboram o otimismo. À Reuters, o CEO Francisco Gomes Neto sinalizou um crescimento de 20% na receita no próximo ano – ante expectativa de aumento de 15% do BTG. Segundo ele, o objetivo é entregar 80 aviões comerciais (em linha com o previsto pelo banco) e 140 jatos executivos (acima da projeção do BTG, de 126 unidades).
O guidance oficial de entregas para o próximo ano deve ser divulgado junto com os resultados do quarto trimestre. “Vemos um momentum muito forte para a ação”, apontam os analistas.
O BTG cita ainda outros motivos que sustentam sua postura construtiva com o papel. Entre eles estão mais clareza sobre a iniciativa eVTOL (o veículo elétrico voador, que se assemelha a um helicóptero), reduzindo riscos e melhorando o produto ao mercado e o fim do processo de arbitragem com a Boeing, que deve acabar em 2024.