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Com lata e 600 ml, Ambev reposiciona Corona — e vendas disparam no Brasil

Brasil já é o segundo maior mercado da cerveja mexicana no mundo; agora começa a testar embalagens de 600 ml, numa disputa acirrada do mercado premium com a Heineken

Ambev: na fábrica do Rio, nova máquina decoradora e investimentos de R$ 60 milhões para ampliar oferta de garrafas para Corona (Ambev/Divulgação)

Ambev: na fábrica do Rio, nova máquina decoradora e investimentos de R$ 60 milhões para ampliar oferta de garrafas para Corona (Ambev/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 24 de junho de 2024 às 09h49.

Última atualização em 24 de junho de 2024 às 09h57.

Do Réveillon de São Miguel dos Milagres para o happy hour dos faria limers. Antes lembrada quase que unicamente pelos momentos de relaxamento na praia, a Corona virou a principal aposta da Ambev na disputa pelo mercado de cervejas premium.

Por muito tempo, a concorrente Heineken liderou o segmento com folga — mas, nos últimos cincos anos, ele também tem se tornado o carro-chefe de crescimento da dona da Skol e da Brahma. Desde 2019, os rótulos de maior valor agregado triplicaram em vendas.

Em 2024, a cerveja mexicana é o rótulo de maior crescimento da Ambev. Apenas no primeiro trimestre o salto foi de 70% em comparação com o mesmo período do ano passado. Agora, o Brasil se tornou o maior mercado da Corona fora do México, seu país de origem. Há três anos, era apenas o quinto mercado.

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“Em dez anos no Brasil, nunca vendemos tanta Corona quanto agora”, diz Felipe Cerchiari, diretor de marcas globais da Ambev, divisão que reúne os rótulos internacionais, como Stella Artois, Becks e Spaten.

Com patrocínio de eventos e bares decorados com temática da Corona nos bairros mais boêmios das capitais, parte importante desse salto veio com a embalagem em lata, lançada no Carnaval deste ano.

“Vendeu em seis dias o mesmo volume de dois meses do ano passado.” No começo deste ano, na esteira do anúncio como patrocinadora dos Jogos Olímpicos de Paris, também lançou no Brasil a Corona Cero, versão sem álcool da cerveja — é o terceiro rótulo zero da Ambev, ao lado de Brahma Zero e Budweiser 0.0.

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A companhia fez mais um movimento de sua estratégia nesta sexta-feira, 21, e passou a vender em São Paulo a versão de 600 ml da Corona, para ser compartilhada na mesa do bar. Ainda em testes, a garrafa maior da cerveja tem sido vendida também no Rio de Janeiro e tem gerado situações curiosas.

A Corona costuma ser consumida com rodelas de limão. Na garrafa para compartilhar há grupos que entram no acordo para ter o limão, outros colocam as rodelas no copo e há quem deixe o limão de lado, conta Cerchiari.

“É uma forma de consumir a marca preferida numa ocasião que antes não existia. O objetivo não é trazer volume, é viabilizar situações de consumo”, diz o diretor, acrescentando que a embalagem maior não força um tíquete mais baixo.

Embora o volume maior ainda esteja no Sudeste, os números de mercado indicam a marca como uma alavanca de crescimento em todo o país. Por isso a empresa tem feito investimentos para se preparar para o aumento de demanda.

Na segunda-feira, 24, a fábrica da Ambev no Rio de Janeiro recebe uma máquina decoradora para a impressão das garrafas de Corona, que são pintadas e não adesivadas. No total, a empresa está investindo R$ 60 milhões para expandir a oferta de garrafas da unidade fabril.

Também está construindo uma fábrica de vidros no Paraná. Com investimento de R$ 870 milhões e 80% da obra concluída, a fábrica será uma das principais fornecedoras de garrafas para os rótulos premium da Ambev, incluindo as embalagens de vidro transparente de Corona.

A previsão é de que comece a operar em 2025, ajudando a controlar o aumento de custos dos produtos vendidos e melhorar margens, um ponto de atenção dos investidores. No primeiro trimestre, o custo por hectolitro recuou 3% e o Ebitda da operação de cerveja foi de R$ 3,25 bilhões, um avanço de 14% enquanto a margem avançou mais de 2 pontos, chegando a 33,6%.

Em paralelo, a Ambev tem a ambição de que a maior parte do volume de long neck de Corona sejam retornáveis.

Os testes começaram ainda em 2022 em Curitiba, com pontos de entrega e apoio logístico da plataforma Zé Delivery, mas ainda não houve escala nacional para o projeto.

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