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CargoX: com aporte de R$1,1 bi, nasce o unicórnio Grupo Frete.com

A empresa que une CargoX, Fretebras e FretePago passa a valer mais de US$ 1 bilhão com o novo investimento, liderado por SoftBank e Tencent

Federico Vega: fundador da CargoX passa a liderar o Grupo Frete.com, após aporte e reestruturação (Grupo Frete.com/Divulgação)

Federico Vega: fundador da CargoX passa a liderar o Grupo Frete.com, após aporte e reestruturação (Grupo Frete.com/Divulgação)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 10 de novembro de 2021 às 10h00.

Última atualização em 10 de novembro de 2021 às 23h06.

Fundada em 2013 pelo empreendedor argentino Federico Vega, a CargoX se une com a Fretebras e a FretePago para formar o Grupo Frete.com. O movimento acontece em conjunto com o recebimento de um aporte de R$ 1,14 bilhão (US$ 220 milhões), liderado pelo fundo japonês SoftBank Latin Fund e pela empresa chinesa de tecnologia Tencent. Com o novo investimento, o Grupo Frete.com rompe a marca de US$ 1 bilhão de avaliação ou R$ 5,7 bilhões, e passa a integrar o seleto grupo de unicórnios brasileiros.

O novo aporte será usado para ampliar a presença da companhia no mercado brasileiro e para expandir a equipe, que deve passar de 1.300 funcionários hoje para 3.500 no ano que vem. Também participam do investimento na empresa o banco BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME), o conglomerado Pattac, as empresas OIKOS e PIPO, o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID Invest), Jeb Bush (ex-governador da Flórida e irmão do ex-presidente americano Goerge W. Bush) e os emprendedores americanos do setor financeiro Henry Kravis e Reid Hoffman.

Segundo dados da própria empresa, o valor transacionado por ano em frete rodoviário é de R$ 100 bilhões. Com a nova organização, a companhia visa eficiência operacional, de acordo com Vega, que agora é CEO do Grupo Frete.com.

“Com frentes para intermediação financeira (FretePago), para encontrar cargas (Fretebras) e para digitalizar as operações (CargoX), seremos mais eficientes. Desde 2019, nosso foco está nas transportadoras. Se elas estiverem mais digitalizadas, haverá um impacto positivo para esse mercado”, diz o Vega, em entrevista para  EXAME IN. “Com a pandemia, o caminhoneiro precisou de uma parada digital única onde ele possa não só encontrar cargas para não viajar de caçamba vazia, mas também para encontrar tudo que precisa para operar, como produtos financeiros. Foi isso que construímos.”

Por vezes, a CargoX foi chamada de Uber dos caminhões, uma vez que surgiu com a missão de conectar motoristas a cargas e havia um sistema de avaliação de caminhoneiros e transportadoras. Na nova organização da empresa, a lógica se mantém, mas fica na unidade da Fretebras. Mais de 15 mil empresas anunciam cargas na plataforma digital da startup, que tem 80 mil usuários.

Para lidar com a alta no preço dos combustíveis, a estratégia da startup é continuar a melhorar sua tecnologia de conexão de cargas com caminhoneiros, algo que tirou 20 milhões de toneladas de emissões de poluentes, segundo estimativa da própria companhia.

Novas estradas

A expansão internacional, a partir do segundo semestre, já está nos planos da empresa, que mira em países da América Latina para manter um ritmo forte de crescimento. 

Ainda assim, o mercado nacional será prioritário para a empresa, que é o Grupo Frete.com vai expandir seu quadro de funcionários. 

“O Brasil é o terceiro maior mercado de transportes do mundo. Sempre acreditei que seria possível criar uma empresa de 100 bilhões de dólares, e é por isso que estou aqui”, diz Vega.

Futuro dos transportes

Para o Grupo Frete.com, novas tecnologias para o futuro do segmento de logística, para além do uso de plataformas digitais que conectam motoristas e empresas, estão ligadas com veículos elétricos e condução autônoma. Mas essas revoluções ainda devem levar alguns anos para acontecer. 

“A tecnologia semi-assistida, que ajuda a reduzir a acidentes, já começou a chegar — apesar de que pode demorar um pouco mais para chegar ao Brasil. A tecnologia que existe hoje nos carros da Tesla é um exemplo disso. Em estradas, ela já funciona muito bem, e pode se aplicar aos caminhões, que pegam muitas rodovias”, diz Vega.

Já sobre veículos elétricos, o executivo vê que a tendência está mais ligada a questões de infraestrutura do que de maturidade da tecnologia. “Na medida em que conseguirmos desenvolver postos de recarga, teremos caminhões elétricos. Esse tipo de mudança deve levar ainda cerca de dez anos para começar a ocorrer”, afirma Vega.

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