Repórter Exame IN
Publicado em 4 de julho de 2024 às 10h07.
Última atualização em 4 de julho de 2024 às 10h37.
A aceleração das vendas vai impulsionar as ações de varejo alimentar, segundo o Citi. O banco aumentou a aposta no setor e deu upgrade para as ações do Assaí e do Carrefour para compra, além de manter a recomendação de compra para o Grupo Mateus.
Para os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo, há uma “liquidação” exagerada dos papéis do setor na Bolsa. Assaí, Carrefour e Mateus tiveram um desempenho amplamente inferior ao Ibovespa, com quedas de 19,2%, 16,3% e 5,9%, respectivamente, contra uma alta de 1% do índice.
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Parte desse desempenho, avaliam os profissionais do Citi, se deve à percepção de maiores despesas financeiras devido a juros mais altos por mais tempo (higher for longer).
No segundo trimestre, a sinalização das companhias foi de que o período foi volátil, com abril mais fraco e maio forte.
De olho na aceleração das vendas como gatilho, o Citi elegeu o Carrefour como a perspectiva mais otimista em relação a vendas em mesmas lojas no curto prazo. Na conferência do banco na semana passada, a empresa mencionou uma inflação de alimentos acelerada com alguma recuperação de volume.
No entanto, considerando as despesas financeiras, o banco espera um impacto maior na última linha. Por isso, apesar de elevar de neutro para compra, o preço-alvo passou de R$ 13,5 para R$ 13, o que daria um prêmio de 34,9% em relação ao fechamento de quarta-feira.
O Assaí, segundo os analistas, se mostrou mais conservador para o desempenho de abril a junho, indicando tendências de vendas mais estáveis em comparação com o primeiro trimestre deste ano. O time também espera que o lucro líquido seja menor em 2024, 2025 e 2026 do que previam por causa das despesas financeiras, mas que o Ebitda se mantenha conforme projetado. O preço-alvo passou de R$ 15 para R$ 15,50, um potencial de valorização de 47,6%.
Mas, mesmo com os upgrades, a principal escolha da dupla de varejo e consumo do Citi continua sendo o Grupo Mateus, “devido às suas maiores perspectivas de crescimento da receita de médio prazo e melhoria no ROIC”. O preço-alvo foi revisado de R$ 9,5, para R$ 9,7, um potencial de ganho de 38,9% sobre o último fechamento.