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Carlos Augusto Piani, o ex-Equatorial desejado no setor e forte candidato para assumir Vibra Energia

Experiência do executivo explica porque é desejado pelas empresas do setor

Posto da ex-BR Distribuidora: saída de Wilson Ferreira deixou presidência vaga para assumir Eletrobras, novamente (BR Distribuidora/Divulgação)

Posto da ex-BR Distribuidora: saída de Wilson Ferreira deixou presidência vaga para assumir Eletrobras, novamente (BR Distribuidora/Divulgação)

Graziella Valenti
Graziella Valenti

Editora Exame IN

Publicado em 5 de agosto de 2022 às 21h30.

Última atualização em 18 de julho de 2024 às 17h22.

Carlos Augusto Piani, eleito ontem, dia 5, para o conselho de administração da Eletrobras, é na verdade um forte candidato a assumir a cadeira de presidente da Vibra Energia, negociada na bolsa por R$ 20,5 bilhões. Ex-presidente da Equatorial Energia, é hoje conselheiro da companhia que liderou e também da própria Vibra.

A posição de CEO da ex-BR Distribuidora está vaga desde que Wilson Ferreira anunciou há cerca de 15 dias seu desligamento da empresa, para assumir de volta a Eletrobras. Ontem à noite, sua indicação foi aprovada pelo novo conselho de administração da ex-estatal.

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Piani faz parte do “conselho estelar” formado para a Vibra, na eleição deste ano em assembleia de acionistas. Um grupo que possui Sérgio Rial, ex-CEO do Santander Brasil, como chairman, e tem em sua composição nomes como Walter Schalka, CEO da Suzano, Nildemar Secches, ex-presidente da Perdigão, da BRF e com experiência como conselheiro de grandes empresas, inclusive o Banco Itaú, e Fabio Schvartsman, ex-presidente de Klabin e Vale, além de executivo do Grupo Ultra — a lista fica completa com Pedro Ripper, Clarissa Lins, Mateus Affonso Bandeira e Ana Amélia Toni.

Apesar de ser um nome que contempla várias das habilidades necessárias — como o entendimento técnico do setor, um histórico de gestão competente da Equatorial, e o trabalho em sintonia com o conselho, por ser parte prévia do grupo —, o martelo ainda não bateu. Mas Piani é considerado um candidato forte.

Na lista de concorrentes, estão nomes internos da Vibra, como o vice-presidente de finanças, compras e relações com investidores, André Natal, e o vice-presidente de operações logísticas, Marcelo Bragança. O processo de sucessão está sendo conduzido pelo conselho de administração — e é difícil discordar do fato que se trata de uma das melhores redes de relacionamentos já formada, quando o assunto é saber a pessoa certa para o lugar certo.

A história do conselho da Vibra tem dois contextos relevantes: a formação de um colegiado forte, para o pós-privatização da ex-BR Distribuidora, e a criação de um coletivo capaz de interagir e agregar com Wilson Ferreira na gestão. Para lidar com um executivo tão potente, era necessário um grupo de nomes que tivesse a real capacidade de contribuição e seu respeito, e que não apresentasse melindres de contestá-lo ou cobrá-lo.

Conhecendo todo esse cenário, não é de se estranhar que tenha sido realizada uma certa pressão sobre Piani na ata de Eletrobras da reunião desta sexta-feira, dia 5, que deu conta da aprovação da chapa do novo conselho de administração. Entre os itens aprovados está: “condicionar a posse do Sr. Carlos Augusto Leone Piani à renúncia de eventuais cargos por ele ocupado nas sociedades que podem ser consideradas concorrentes, quais sejam Equatorial Energia e Vibra Energia”, está escrito no documento, como item aprovado na votação. Vale a informação aqui que Piani renegociou seu pacote como conselheiro na Equatorial.

Contudo, curiosamente, não havia uma única palavra na ata da assembleia, a respeito da eleição de Octavio Pereira Lopes, que em 12 de julho foi escolhido para ser presidente-executivo da Light. Mais tarde ontem, foi anunciada oficialmente a indicação de Ferreira e, no documento, ficou claro que Piani e Lopes não assumiram suas posições, pois terão 30 dias para decidirem o que farão.

O currículo de Piani ajuda a entender porque seu nome é disputado: está no conselho da Equatorial, empresa da qual foi CEO entre 2004 e 2010, e da Bemobi Mobile. Sua carreira inclui ainda as posições de: diretor responsável por iniciativas estratégicas e fusões e aquisições Globais da Kraft Heinz (2019); diretor-presidente da Kraft Heinz no Canadá (2015 a 2018). Foi ainda presidente da PDG Realty (2012 a 2015), sócio e co-responsável pela área de private equity da Vinci Partners (2010 a 2015), além de analista de fusões e aquisições e sócio da área de investimentos ilíquidos do Banco Pactual (1998 a 2004).

O xadrez está montado. A tentação é grande: a escolha está entre a presidência executiva de uma ex-estatal, a BR, e o conselho da Eletrobras, imediatamente após sua privatização.

 

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