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BTG lucra R$ 3,3 bi no quarto trimestre e encerra ano com recorde de R$ 12,3 bi

Em ano marcado por alavancagem operacional e diversificação de receitas, retorno sobre patrimônio chega a 23,1%

Sallouti, CEO: Para 2025, compromisso de "seguir buscando expansão de retorno aos acionistas" (Leandro Fonseca/Exame)

Sallouti, CEO: Para 2025, compromisso de "seguir buscando expansão de retorno aos acionistas" (Leandro Fonseca/Exame)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 10 de fevereiro de 2025 às 06h20.

Mais um trimestre, mais um resultado, mais um recorde.

O BTG Pactual (do mesmo grupo de controle de EXAME) fechou o quarto tri do ano passado com lucro de R$ 3,3 bilhões, alta de 15% em relação ao mesmo período de 2023 e dentro do consenso de mercado.  As receitas subiram 19%, para R$ 6,7 bilhões.

Tanto a primeira linha do balanço quanto a última marcaram os maiores patamares históricos para o período.

O retorno sobre patrimônio (ROE) ajustado nos últimos três meses de 2024 teve queda na margem, chegando a 23%, contra 23,5% nos três meses anteriores.

No ano, contudo, o indicador de rentabilidade ficou em 23,1%, um aumento de 0,4 ponto percentual em relação ao fechamento de 2023 – e em linha com o guidance de melhora contínua no indicador.

“Mantemos em 2025 nossos compromissos de oferecer soluções inovadoras e serviços de excelência aos nossos clientes e seguir buscando expansão de retorno aos nossos acionistas”, disse o CEO Roberto Sallouti no release de resultado que acaba de ser divulgado.

Num ano especialmente difícil para o mercado, o BTG entregou um lucro líquido recorde de R$ 12,3 bilhões, alta de 18% em relação a 2023.

O desempenho é explicado pela expansão e diversificação das linhas de receitas e pela alavancagem operacional – o índice de eficiência, que mede o quanto das receitas é consumido por despesas, passou de 38,2% para 37,5%.  O faturamento líquido avançou 16%, para R$ 25,1 bilhões.

Um dos destaques no acumulado do ano ficou por conta da área de crédito, ou corporate lending, cujas receitas cresceram 27% na comparação anual, chegando a R$ 6,5 bilhões – superando a área de sales and trading, que historicamente tinha a maior contribuição entre os segmentos do banco.

Nesta última linha, mais volátil, houve uma ligeira queda de 4% no faturamento, para R$ 5,9 bilhões, mas com uma contribuição muito maior da franquia de clientes, já que o BTG operou o ano todo dentro de seus menores patamares históricos de risco. No acumulado do ano, o VaR foi de 0,21%.

O portfólio de crédito do BTG cresceu 29% no ano e atingiu R$ 221,6 bilhões.

Depois de um 2023 mais desafiador, a área de investment banking também mostrou recuperação, com alta de 30% no faturamento, para R$ 2,1 bilhões, puxada principalmente pela área de DCM, ou estruturação de dívida, além de M&As.

Outro destaque ficou por conta das áreas de asset management e wealth management, cujas receitas cresceram acima dos 29% e 23%, respectivamente e tiveram uma captação líquida de R$ 247 bilhões em 2024. O banco encerrou o ano com R$ 1,9 trilhão de recursos de clientes sob gestão e administração.

Quarto trimestre

Na contramão da indústria, o BTG manteve um bom ritmo de captação no quarto trimestre, quando a disparada dos juros futuros acabou impactando até mesmo os fundos de renda fixa.

O net new money foi de R$ 50 bilhões, dos quais R$ 17,8 bilhões em asset e R$ 31,9 bilhões em wealth.  A receita das áreas subiu 30% e 12%, respectivamente, em relação ao quarto trimestre de 2023, para R$ 509 milhões e R$ 862 milhões, nesta ordem.

O IB também fez um bom trimestre, com alta de 10% nas receitas frente ao último período de 2023, para R$ 510.

As receitas em crédito cresceram 35% na comparação anual e 7% em relação ao trimestre anterior, chegando a R$ 1,8 bilhão.

Em sales and trading houve aumento de 10% no ano contra ano e queda de 7% na comparação trimestral, para R$ 1,5 bilhão.

Após uma distribuição de R$ 1,72 bilhão em juros sobre capital próprio, o BTG encerrou 2024 com índice de Basileia de 15,7%, contra 16,4% no trimestre anterior.

O ano foi marcado por grandes aquisições, como a compra da corretora Órama, que adicionou R$ 61 bilhões aos ativos sob gestão e administração, a Sertrading, que marcou a entrada em linhas de comércio exterior, e o M.Y. Safra Bank, que reforça sua presença dos Estados Unidos.

Neste ano, o banco já arrematou o Julius Baer no Brasil. “Seguimos ampliando nossa oferta de produtos e serviços, de forma orgânica e inorgânica”, ressaltou Sallouti na divulgação de resultados.

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