BTG: Com R$ 56 bilhões em captação líquida no trimestre, banco chega R$ 1,7 trilhão sob custódia e gestão (BTG/Divulgação)
Editora do EXAME IN
Publicado em 2 de outubro de 2023 às 09h09.
Em mais um movimento para expandir seu braço digital, voltado ao varejo, o BTG Pactual acaba de anunciar a compra da corretora Órama, por R$ 500 milhões.
O banco está comprando a totalidade da empresa fundada por Selmo Nissenbaum, Roberto Rocha, Guilherme Horn e Habib Nascif. A Rede D’or, que incorporou os 25% adquiridos pela SulAmérica em 2019, e a Globo Ventures, que havia comprado 25% da Órama em 2017, também estão vendendo suas participações.
Com a aquisição, o BTG (do mesmo grupo que controla a Exame) adiciona R$17,9 bilhões em ativos sob custódia e 360 mil clientes ao seu braço digital. Ao fim de junho, o banco tinha R$ 1,4 trilhão de ativos sob custódia, num número que leva em consideração também a área de ‘wealth management’. O BTG não abre os números relativos apenas ao digital.
Nos últimos anos, o BTG vem sendo bastante ativo em aquisições para o braço de varejo, com a compra de casas como Ourinvest, Nécton – fusão das antigas Spinelli e Concórdia – e Vitreo, do mesmo grupo da Empiricus, além da aquisição das carteiras de pessoas físicas da Planner e da Fator. A regra tem sido tombar a base para sua infraestrutura, capturando assim ganhos de escala e eficiência.
“Estamos muito animados com a aquisição, que vai possibilitar aos clientes Órama acesso à plataforma completa do BTG, como banking, Pix, cartão de crédito, conta de investimentos offshore com banking e cartão de débito nos Estados Unidos”, diz Marcelo Flora, sócio responsável pelas plataformas digitais do BTG.
Fundada em 2011, a Órama foi a primeira plataforma do Brasil dedicada exclusivamente à distribuição de fundo de investimento. Nos anos seguintes, passou a distribuir produtos de renda fixa, variável e previdência. Presente no Rio de Janeiro e em São Paulo, a corretora tem 300 assessores de investimento registrados na Ancord.
“A venda para o BTG é parte de um movimento estratégico e representa a consolidação do sucesso da Órama, empresa que nasceu inovadora no segmento, com foco na democratização dos investimentos e educação financeira”, disse Habib Nascif, CEO da Órama.
No acordo com o BTG, fica de fora a gestora da Órama. De acordo com Hascif, além da gestora, “parte dos sócios” vai focar na plataforma de ‘Investment as a Service’ em que a Órama vem trabalho. A plataforma oferece um conjunto de soluções – incluindo uma plataforma ‘white label’ – para varejistas e empresas fora do setor financeiro que querem oferecer investimentos aos seus clientes.
O valuation da transação saiu um pouco acima da última rodada de capital na Órama, em 2019. Na ocasião, a SulAmérica pagou R$ 100 milhões por 25% da companhia, avaliando-a em R$ 400 milhões.
A conclusão da operação ainda depende de aprovações regulatórias, inclusive do Banco Central.