Exame IN

BTG bate (de longe) o consenso e entrega ROE de 27,1%

Rentabilidade dispara com aceleração na receita e desempenho recorde em investment banking; lucro avança 42%, para R$ 4,18 bi

BTG Pactual: Receita cresceu 38% na comparação anual, para R$ 8,29 bilhões (BTG Pactual/Reprodução)

BTG Pactual: Receita cresceu 38% na comparação anual, para R$ 8,29 bilhões (BTG Pactual/Reprodução)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 12 de agosto de 2025 às 06h11.

O mercado já esperava que o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) fosse um dos destaques entre os bancos na temporada de balanços do segundo trimestre. Mas os resultados que acabam de ser divulgados bateram de longe as expectativas.

Com uma aceleração relevante no crescimento da receita, o banco encerrou o período com lucro recorde de R$ 4,18 bilhões, alta de 42% em relação ao mesmo período de 2024. O consenso das estimativas medidas pela Bloomberg apontava para R$ 3,64 bilhões.

O retorno sobre patrimônio (ROE) foi a 27,1%, um salto expressivo em relação aos 23,2% do trimestre anterior.

“Encerramos mais um trimestre com resultados expressivos, marcados por desempenhos recordes em praticamente todas as linhas de negócios e um ROE excepcional”, afirmou o CEO Roberto Sallouti no release de resultados.

SAIBA ANTES: Receba as notícias do INSIGHT no seu Whatsapp

Ao todo, a receita cresceu 38% na comparação anual, para R$ 8,29 bilhões, quase R$ 1 bi acima da expectativa do mercado. O destaque no trimestre ficou por conta da área de investment banking, tradicionalmente mais volátil, e que também teve faturamento recorde, depois de trimestres menos expressivos por conta da redução da atividade no mercado.

A divisão teve receita de R$ 782 milhões, o dobro do segundo trimestre do ano passado e alta de mais de 40% sobre os primeiros três meses deste ano, puxada principalmente pela área de fusões e aquisições (M&A) e que se somou a uma base já sólida no mercado de dívida (DCM).

Respondendo por maior parte da receita do banco, a área de crédito – ou corporate lending & business banking – também teve uma aceleração no crescimento na margem, com expansão de 9% sobre o primeiro trimestre, para R$ 2,11 bilhões.

O portfólio de crédito totalizou R$ 238 bilhões, avanço de 22%. Deste total, R$ 29 bilhões são referentes a empréstimos a pequenas e médias empresas, também aumento de 22% em relação ao segundo trimestre de 2024.

Sales and trading também teve seu melhor desempenho histórico, com R$ 1,9 bilhão em faturamento, 38% maior na comparação ano contra ano e 46% sobre os três meses anteriores. O avanço foi resultado da maior atividade de clientes, e, em menor medida, de uma maior alocação de risco – que ainda ficou em patamares conservadores de 0,22% de value at risk (VaR).

No trimestre, o banco captou R$ 59 bilhões em net new money e atingiu a marca de R$ 2,15 trilhões em ativos sob gestão e administração, alta de 25% sobre o período equivalente de 2024.

A asset teve captação líquida de R$ 28 bilhões no trimestre, chegando a R$ 1,1 trilhão em ativos sob gestão. As receitas somaram R$ 624 milhões, avanço de 13,9% no comparativo anual.

Em wealth management, as receitas cresceram 33,5%, para R$ 1,2 bilhão, refletindo em parte a consolidação integral da aquisição da Julius Baer, que foi finalizada no fim do trimestre anterior. Os ativos sob gestão chegaram a R$ 1,1 trilhão, avanço de 32,2% na base anual, com captação líquida de R$ 30,6 bilhões.

No segundo trimestre, o BTG anunciou a aquisição da JGP Wealth Management, numa operação concluída em julho e que vai adicionar mais R$ 18 bilhões em ativos sob gestão e administração à carteira de family office, que já supera os R$ 100 bilhões, no terceiro trimestre.

Outro anúncio relevante, feito há duas semanas, foi a aquisição da operação do HSBC no Uruguai por US$ 175 milhões, em linha com a estratégia de expansão internacional do banco.

Acompanhe tudo sobre:BalançosBTG PactualBancosEmpresasMercados

Mais de Exame IN

SBF segura repasse de câmbio na Nike e investe na Centauro – de olho na Copa do Mundo

Renner entrega maior crescimento entre pares: 'É ter o produto certo na hora certa', diz CEO

Fleury cresce pouco, mas mantém margem; lucro vem abaixo do consenso

Mudanças na Azzas: Sachete será CEO de calçados; Eric Alencar, ex-Carrefour, assume como CFO