Aura: papel da mineradora é negociado abaixo dos papéis de produtores intermediários de ouro (Raquel Brandão/Exame)
Repórter Exame IN
Publicado em 13 de junho de 2024 às 16h56.
Última atualização em 13 de junho de 2024 às 16h58.
O Safra iniciou a cobertura da Aura Minerals com recomendação de compra. De acordo com o banco, a ação da mineradora especializada em ouro está descontada ao mesmo tempo em que o metal precioso deve se manter estável em um patamar elevado garantindo lucro no curto e médio prazo.
A dupla de analistas Ricardo Monegaglia e Conrado Vegner acredita que o papel ainda tem espaço para crescer mesmo com o recente rali em que se valorizaram 56% desde o final de fevereiro. O preço-alvo de R$ 65 representa um prêmio de 36% sobre o valor de fechamento de quarta-feira do recibo de ação negociado na B3 (a empresa é listada na Bolsa de Toronto, mas é na brasileira que seus ativos têm maior liquidez).
“Cotada a um P/NAV [preço sobre valor patrimonial líquido] estimado para 2024 de 0,7x, não reflete todo o valor de seus ativos, enquanto a faixa de P/NAV dos produtores intermediários de ouro é de 0,9x a 3,5x”, afirmam os profissionais, que veem a Aura "barata” sob diferentes metodologias.
A perspectiva de recuo do preço do ouro de até 8% no curto prazo, de acordo com a dupla, se deve ao fato de os mercados incorporarem taxas de juros reais de longo prazo mais altas e uma aversão ao risco marginalmente menor.
No entanto, o entendimento dos analistas é de que a cotação do metal ainda seguirá em níveis altos, com razões limitadas para prever preços abaixo de US$2.000/oz, já que os investidores podem escolher o ouro como um ativo de refúgio seguro em um cenário de bancos centrais mais dovish em torno dos mercados desenvolvidos; preocupações com a situação fiscal norte-americana e incertezas geopolíticas globais.
O banco espera que a Aura apresente melhores resultados nos próximos trimestres devido aos preços mais altos do ouro e cobre e à aceleração em Almas. Para 2024, prevê que o Ebitda atinja US$246 milhões, um aumento de 84% em relação ao ano anterior. Para os próximos anos, a maior produção e os menores custos decorrentes dos novos projetos, juntamente com preços apenas ligeiramente mais baixos do ouro e cobre, devem contribuir para um crescimento composto anualizado de Ebitda de 41% entre 2023 e 2026.
O papel subia mais de 2% no pregão desta quinta-feira, 13, acumulando alta de 41% no ano, negociado a R$ 48,88.