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BNDES: venda de ações da carteira vai começar por Vale e Petrobras

Participações na mineradora e na petroleira respondiam por 47% de todo portfólio ao fim de março

Vale: mineradora alcançou sua máxima histórica na bolsa em julho (Adriano Machado/Reuters)

Vale: mineradora alcançou sua máxima histórica na bolsa em julho (Adriano Machado/Reuters)

GV

Graziella Valenti

Publicado em 3 de agosto de 2020 às 19h24.

Última atualização em 3 de agosto de 2020 às 22h00.

O BNDES vai começar a venda de ações de sua carteira por Vale e Petrobras, segundo pessoas próximas ao tema. A lista de participações que o banco deseja monetizar inclui ainda Suzano, Klabin e, talvez, JBS. Mas as primeiras a ser vendidas serão a mineradora e a estatal petroleira. O mercado já está para lá de avisado, devido a tantas sondagens realizadas.

Há expectativa que as vendas de Vale comecem amanhã, inclusive, diretamente no mercado, por meio de um bloco — de parte da posição. A fatia total em Vale, de 6% da companhia, está avaliada em 19 bilhões de reais. A mineradora alcançou em julho sua máxima história e avaliada em mais de 320 bilhões de reais na B3.

Consultado, o banco não comenta as informações.

Vale e Petrobras são as maiores posições do banco. Juntas, respondiam por quase 47% da carteira da BNDESPar ao fim de março, quando todo o portfólio valia 61,4 bilhões de reais. O EXAME IN antecipou em 1º de junho que o banco estava sondando mercado para retomar as vendas de ações.

Com a forte recuperação da bolsa pós-pandemia, a participação remanescente de Petrobras — 8% do capital da petroleira — vale quase 23 bilhões de reais. Em fevereiro, o banco fez uma oferta para vender as ações ordinárias que detinha da estatal e movimentou 22 bilhões de reais, com o papel a 30 reais. O valor dos papéis na bolsa se recuperou, em relação ao pior cenário de março, mas não na mesma intensidade, afetado pelo preço internacional do petróleo. Tanto as ordinárias quanto as preferenciais rondam agora a casa dos 22 reais.

Vender as ações da JBS, que antes era uma prioridade, pode ficar para depois. A instituição ainda está avaliando os efeitos da discussão sobre desmatamento sobre a companhia. A expectativa em relação à venda das participações tem deixado o mercado agitado e já houve sucessivos comentários sobre a proximidade de operações com Vale e Klabin, principalmente.

 

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