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BHub: startup de gestão fundada há 3 meses capta R$ 23 milhões

A rodada pré-seed da empresa foi lidera pelos fundos Monashees e Valor Capital Group e contou com a participação dos fundadores do iFood, Rappi, VTEX e Ualá

Fernando Ricco e Jorge Vargas Neto, da BHub: empresa oferece serviços de contabilidade e gestão financeira por assinatura para pequenas empresas (BHub/Divulgação)

Fernando Ricco e Jorge Vargas Neto, da BHub: empresa oferece serviços de contabilidade e gestão financeira por assinatura para pequenas empresas (BHub/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 22 de setembro de 2021 às 05h00.

Última atualização em 22 de setembro de 2021 às 10h03.

Três meses de operação e R$ 23 milhões recebidos em aportes: o feito é da startup brasileira BHub, que acaba de concluir sua captação pré-seed, liderada pela Monashees e pelo Valor Capital Group. Participaram da rodada também QED, Clocktower VC, Addition, Picus, Norte Ventures, Latitud e EquitasVC, além de fundadores de unicórnios latino-americanos como iFood, Rappi, VTEX e Ualá.

Fundada neste ano pelos empresários Jorge Vargas Neto, Fernando Ricco e Marcelio Leal, a empresa nasceu com a ambição de substituir o backoffice das pequenas empresas clientes com seus serviços de contabilidade, gestão de finanças, recursos humanos e assistência jurídica por assinatura.

A BHub oferece quatro pacotes hoje aos clientes. O mais completo, que engloba os serviços de departamento financeiro, contábil, RH e jurídico, com direito a atendimento 24 horas por dia, custa R$ 2.499 por mês. Já o plano mais básico, que inclui a criação do contrato social, registro na Jucesp e obtenção do CNPJ, criação dos termos e condições e privacy policy, custa R$ 1.299.

Hoje, mais de 50 startups brasileiras estão usando a solução, que, segundo Vargas Neto, vai muito além de um software de gestão. “Oferecemos um serviço automatizado que mostra as informações da empresa em um painel fácil de operar, liberando os fundadores para cuidar das atividades centrais do negócio”, diz o fundador ao EXAME IN.

O modelo proposto pela companhia é similar ao do unicórnio americano Pilot, avaliado em US$ 1,2 bilhão em março deste ano ao receber um aporte liderado pelo fundo do bilionário Jeff Bezos, fundador da Amazon. Adaptar o modelo da empresa americana ao cenário brasileiro não é uma tarefa simples, mas pode ser muito promissora: só no ano passado foram abertas mais de 600.000 micro e pequenas empresas no Brasil. No universo de startups — o primeiro foco da BHub — a oportunidade também é grande. De acordo com a Associação Brasileira de Startups, existem hoje quase 14.000 empresas de inovação espalhadas em mais de 700 cidades do país.

Mais do que o modelo de negócio, os investidores se atraíram pelo time fundador da BHub. Vargas Neto é um conhecido empreendedor do universo de tecnologia brasileiro. Em 2014, fundou a fintech de crédito Biva, que foi vendida ao PagSeguro em 2017. Em 2018, criou a startup de crédito como serviço Zen Finance, adquirida pelo Rappi no ano passado. Ricco, por sua vez, tem experiências na área financeira de empresas como BTG Pactual, EY, Grupo Heineken e Adyen. Já Marcelio Leal trabalhou nas áreas de tecnologia da Amazon e do Nubank antes de se juntar ao quadro de sócios fundadores da startup.

“A ideia da empresa nos cativou, especialmente porque temos visto players em outras geografias tendo sucesso com esse modelo de back office voltado para startups e pequenas empresas. Mas nesse estágio, a aposta é mais no empreendedor que no conceito em si”, diz Michael Nicklas, sócio diretor do Valor Capital Group, ao EXAME IN.

Com o capital levantado, a BHub está ampliando sua equipe, hoje com cerca de 20 pessoas, para dar conta da demanda crescente das empresas clientes. A meta dos sócios para os próximos 12 meses é pelo menos multiplicar por 20 a base de clientes, focando somente em startups e vendedores de marketplaces. No ano que vem, o plano é começar a levar a solução de back office as a service para outras empresas de tecnologia da América Latina. Só depois de dominar o nicho na região é que a startup pensa em expandir para perfis mais tradicionais de pequenos negócios.

“Chegamos para preencher uma lacuna que existe no mercado de startups e PMEs. Convidamos empreendedores a repensarem seu modelo de gestão, entendendo que não é necessário gastar muito, nem perder tempo com burocracias”, diz o fundador.

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