Avon: holding detinha passivos anteriores à aquisição pela Natura (Michal Fludra/Getty Images)
Repórter Exame IN
Publicado em 12 de agosto de 2024 às 22h29.
Última atualização em 12 de agosto de 2024 às 22h44.
A Avon Products, subsidiária da Natura &Co e holding da marca Avon para as operações internacionais, entrou nesta segunda-feira, 12, com um pedido de recuperação judicial no Tribunal de Delaware, nos Estados Unidos.
Criada 1886, a empresa americana tinha dívidas e passivos jurídicos, ligados a acusações de problemas de saúde pelo uso de seu talco, anteriores à aquisição pela Natura.
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Maior credor da Avon Products (API), o grupo brasileiro de beleza vai apoiar a adesão da companhia a Chapter 11 fornecendo um financiamento de US$ 43 milhões na modalidade DIP (debtor-in-possession).
A empresa não detalha o tamanho do crédito que detém com a subsidiária; tampouco o total devido pela API foi divulgado.
A API é uma empresa dos Estados Unidos, mas não é operacional desde 2016. No fim de 2015, vendeu a divisão de negócios norte-americana para afiliadas da Cerberus Capital Management. A partir daí, passou a operar quatro regiões globais: Europa, Oriente Médio e África, América Latina e Ásia-Pacífico.
Com a compra da Avon pela Natura, concluída em 2020, as operações de América Latina, que respondiam por 50% das receitas da empresa, ficaram sob o guarda-chuva da Natura Latam.
As operações das outras regiões, que somam 37 países, passaram a compor a Avon International, essa, sim, um ativo da API.
A partir do momento em que a API entra com o processo de Chapter 11, a Natura &Co perde o controle sobre a companhia, que também é obrigada a colocar à venda seus ativos.
A brasileira fará uma oferta de US$ 125 milhões pela Avon International por meio de um processo de leilão supervisionado pela corte judicial. Para essa oferta, a Natura &Co pretende usar alguns de seus créditos existentes contra a API como contraprestação.
Por esse contexto, a Natura &Co precisou suspender os estudos de separação da Avon International, anunciado em fevereiro deste ano. A ideia inicial é fazer a separação das divisões em companhias independentes e listadas. A cisão viria sob a ótica de atrair mais investidores para cada negócio.
De acordo com a Natura, como os ativos da Avon na América Latina não estavam mais sob a API, não deve haver impacto para a integração das operações de Natura e Avon na região, chamada de Onda 2.