Piero Contezini, fundador e presidente da Asaas: no final de 2020, a startup recebeu um aporte de R$ 37 milhões liderado pelo fundo Inovabra Ventures, do Bradesco (Asaas/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 10 de setembro de 2021 às 18h34.
Ser uma empresa "assistente do empreendedor": essa é a missão da fintech catarinense Asaas. A companhia, fundada em 2013 pelos irmãos Piero e Diego Contezini, oferece serviços de gestão de pagamentos para mais de 60.000 profissionais autônomos e pequenas empresas do país todos os meses.
Com a operação, que transacionou mais de R$ 2,4 bilhões no ano passado, a fintech atraiu um investimento de R$ 37 milhões liderado pelo fundo Inovabra Ventures, do Bradesco, em outubro de 2020. Agora, anuncia com exclusividade ao EXAME IN a aquisição da startup Code Money para ampliar suas soluções para os clientes finais. O valor da transação não foi divulgado.
“Durante a pandemia, as pessoas perderam o medo dos pagamentos online, ninguém quer usar mais dinheiro. Com a Code Money, conseguimos oferecer aos nossos clientes uma frente de caixa digital”, diz Piero Contezini. Na visão do empreendedor, a startup adquirida é uma mistura de "PicPay com iFood", que utiliza códigos QR para substituir desde os cardápios dos restaurantes às maquininhas de cartão.
Para a Asaas, trazer a Code Money para o seu ecossistema de soluções é uma forma de ajudar os empreendedores clientes com uma dor latente: o crédito. A startup adquirida, com seus 3.000 lojistas clientes e mais de 60.000 usuários finais, desenvolveu um motor de crédito para parcelar compras no cartão e antecipar recebíveis para os lojistas.
Aproveitando a estrutura, a Asaas quer ir além e entrar no mercado de "buy now pay later", uma espécie de crediário digital, popularizado no mundo pelos unicórnios Klarna e Affirm, em que os clientes podem fazer compras online parceladas sem precisar do cartão de crédito. “As empresas que trabalham com esse modelo de crédito tem a dificuldade de convencer os lojistas a usar sua solução. No caso da Asaas, nossa vantagem é que já temos uma base grande de companhias clientes”, diz o fundador.
A aquisição é a segunda que a companhia fez neste ano — mas não deve ser a última. Em maio, a Asaas comprou a startup Base ERP, dona de um software de gestão voltado para micro e pequenos negócios. A visão dos sócios é de que a empresa precisa ter tecnologia para ajudar os clientes desde a emissão de boletos ao recebimento e gestão dos pagamentos.
O negócio, que passou de 140 para 400 funcionários desde o aporte no ano passado, projeta terminar o ano transacionando R$ 6 bilhões na sua plataforma e com pelo menos 100.000 clientes ativos em dezembro. Para acelerar o crescimento, os sócios não descartam outra rodada ainda em 2021.
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