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GetNinjas parte para o mundo físico no marketing e ganha as ruas

A startup estreia na bolsa brasileira no dia 14 de maio com uma oferta base que pode movimentar até R$ 807,35 milhões

GetNinjas: dez anos depois da fundação do negócio, a startup fez sua primeira campanha no mundo físico (Juan De Leon/Divulgação)

GetNinjas: dez anos depois da fundação do negócio, a startup fez sua primeira campanha no mundo físico (Juan De Leon/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 4 de maio de 2021 às 20h18.

Última atualização em 5 de maio de 2021 às 11h00.

Uma semana e meia antes de estrear na bolsa brasileira, o aplicativo de serviços GetNinjas sai das sombras. A startup, fundada em 2011 por Eduardo L’Hotellier, começou nesta terça-feira, 4, sua primeira campanha de marketing offline. Durante as duas primeiras semanas do mês de maio, a empresa vai colocar sua marca em dezenas de relógios de rua e TV de prédios comerciais e residenciais.

A estratégia, desenhada pelo diretor de marketing Bruno Morano, que chegou ao negócio em outubro do ano passado, tem como objetivo enfatizar a força da marca junto aos clientes e também apresentá-la para um público novo. “O mercado de serviços no Brasil é essencialmente offline, e ao mesmo tempo esse é um movimento muito interessante que grandes empresas digitais estão seguindo como forma de alcançar um público ainda mais amplo e trabalhar o reconhecimento de marca", afirma o diretor.

A GetNinjas é um marketplace que conecta consumidores com mais de 500 tipos de prestadores de serviço, desde pedreiros a psicólogos e personal trainers. A empresa atua em mais de 3.800 cidades do país e, só no ano passado, intermediou mais de 4 milhões de solicitações de serviços, transacionando mais de R$ 963 milhões na sua plataforma.

Enquanto marketplaces de transporte, como Uber e 99, cobram uma taxa por transação feita, a GetNinjas segue um modelo que a remunera por oportunidade de negócio apresentada aos prestadores de serviço cadastrados. Quando um cliente busca um serviço, a plataforma avisa os profissionais cadastrados naquele segmento sobre a oportunidade. Se eles quiserem, podem aceitar a solicitação usando moedas virtuais previamente compradas e aí negociar com o cliente. Segundo o prospecto, cada oportunidade custa em média R$ 14,20 para os profissionais.

A companhia definiu a faixa de preço de suas ações entre R$ 24,9 e R$ 33,50, podendo movimentar entre R$ 600 milhões a R$ 807,35 milhões com sua oferta base na oferta pública inicial (IPO) no dia 14 de maio.

A operação tem na largada as gestoras de recursos Verde, Miles e Indie como âncoras. As três garantem um total de R$ 175 milhões para a oferta, desde que o preço saia no piso de R$ 24,90. Caso fique acima desse patamar, mesmo que dentro do intervalo sugerido, as gestoras podem comprar os papéis, mas não são obrigadas. Vão vender parte de seus papéis as casas de venture capital que ajudaram a financiar a vida da empresa até esse ponto: Monashees, Kaszek, Evan e Tiger.

Para continuar crescendo, a startup depende da sua capacidade de atrair mais usuários e prestadores de serviço para a plataforma. Não é à toa que ela afirma que usará cerca de 65% dos recursos provenientes da arrecadação primária — pouco mais de R$ 430 milhões, considerando o centro da faixa de preços — para investir em marketing. O restante do capital será destinado para contratação de pessoas e, somente a menor parcela, de 15%, para reforço de caixa, de acordo com as informações do prospecto da oferta.

A GetNinjas é a fotografia do que buscam as startups quando partem para o IPO. Algumas têm como foco principal a consolidação. É o caso, principalmente, das fintechs. Para essas, a própria listagem faz diferença, pois as ações se transformam em moeda de aquisição. Mas todas, sem exceção, enxergam no acesso a capital uma forma de finalmente realizar os investimentos de marketing que julgam precisar e ainda recrutar novos talentos. Conter publicidade e pessoal são as duas principais formas de manter as despesas dentro de um cenário de dinheiro contado.

O mês de abril mostrou que não está tão fácil garantir as ofertas como estava no começo do ano. A fixação do preço para a operação está prevista para dia 12 e a estreia na B3, para dia 14.

Além dos investimentos em mídia offline, os investimentos de marketing da empresa devem intensificar suas parcerias com plataformas digitais, como Rappi, e também com varejistas. Assim, ao comprar um produto que precisa de instalação, por exemplo, o cliente seria direcionado a contratar um prestador de serviços pelo GetNinjas.

Do lado dos profissionais cadastrados, a startup planeja intensificar seu relacionamento se tornando um banco digital para os prestadores de serviço, como descrito no prospecto. Assim, a empresa expandiria a oferta de produtos, trazendo novas verticais que adicionariam novas linhas de receita e resultariam em possíveis incrementos de margem. Hoje, o GetNinjas já disponibiliza uma maquininha, conta digital, crédito e seguro aos parceiros.

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