Arezzo &Co: além de aquisições, companhia também quer acelerar investimentos em tecnologia, logística e fabril (Arezzo/Divulgação)
Graziella Valenti
Publicado em 27 de janeiro de 2022 às 08h46.
Última atualização em 27 de janeiro de 2022 às 08h57.
A Arezzo &Co vai acessar o mercado de capitais pela primeira fez desde que listou suas ações na bolsa, em 2011. A companhia acaba de anunciar uma oferta para captar R$ 615 milhões com a venda de 7,5 milhões novas ações. A operação pode ser ampliada em 35%, conforme a demanda pelos papéis, para R$ 830 milhões, considerando o preço atual de bolsa.
A oferta é coordenada por Itaú, BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame), Bofa, XP, Santander e UBS-BB. O preço será definido no dia 3 de fevereiro — 11 anos e um dia desde a oferta pública inicial (IPO) da empresa.
Desde que chegou ao mercado, o negócio passou por uma grande transformação. De uma companhia de calçados e bolsas, a Arrezo &Co se coloca hoje como uma plataforma de marcas. O marco dessa mudança foi a compra da Reserva em outubro de 2020, em plena pandemia. A empresa também vem reforçando seu posicionamento digital com diversos movimentos internos estratégicos. Na B3, a empresa vale atualmente R$ 7,7 bilhões e quando chegou ao pregão foi avaliada em R$ 1,7 bilhão.
O objetivo do reforço de capital agora é acelerar crescimento, tanto orgânico quanto inorgânico, por aquisições. Estão no road map, aberturas de lojas, incremento da capacidade logística e tecnologia. As vendas online da companhia no terceiro trimestre de 2021 foram 271% superiores que a do mesmo período de 2019.
Além disso, a empresa também tem planos de investir na aquisição de unidades fabris, para apoiar seu crescimento em categorias específicas. Apesar de há muitos anos vender bolsas e sapatos, não possui uma fábrica para as bolsas — exemplo de movimentos que podem fazer sentido.
A estratégia de adquirir marcas, em especial de empresas que nasceram em um ambiente tecnológico e com potencial para se desenvolver, seguirá forte. Após a Reserva, a companhia comprou a companhia de streetwear Baw, uma nativa digital, e a Carol Bassi, que marcou sua entrada no segmento de moda feminina — algo que ampliou o mercado potencial da empresa em R$ 15 bilhões.
No terceiro trimestre de 2021, a receita líquida da companhia alcançou R$ 953,6 milhões, após uma expansão de quase 82% em relação ao ano anterior. Já o Ebitda teve alta de 98%, para R$ 118,6 milhões, enquanto o lucro líquido subiu perto de 193% e somou R$ 77,5 milhões.
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