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ArcelorMittal investe R$ 1,6 bi em energia solar em projeto com Atlas e Casa dos Ventos

Projetos se somam a mega empreendimento de R$ 4,2 bilhões em eólicas na Bahia, anunciado no ano passado, e devem levar companhia a produzir 88% da energia que consome em 2025

Arcelor Mittal: aportes se somam aos R$ 4,2 bilhões anunciados no começo do ano passado para a construção de um mega parque eólico (Francois Lenoir/Reuters)

Arcelor Mittal: aportes se somam aos R$ 4,2 bilhões anunciados no começo do ano passado para a construção de um mega parque eólico (Francois Lenoir/Reuters)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 21 de agosto de 2024 às 09h25.

Última atualização em 21 de agosto de 2024 às 12h17.

Maior produtora de aço do país, a ArcelorMittal acaba de anunciar R$ 1,6 bilhão em investimentos em energia solar, aumentando sua aposta na autoprodução de fonte renovável.

Os aportes se somam aos R$ 4,2 bilhões anunciados no começo do ano passado para a construção de um mega parque eólico na Bahia com a Casa dos Ventos, no maior contrato de fornecimento de energia limpa já firmado por uma empresa no Brasil.

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Com os investimentos, a siderúrgica — quarta maior consumidora de energia elétrica do país — deve passar do patamar atual de 58% de produção própria para 88% ao fim do ano.

“Energia é uma das nossas maiores linhas de custo e descarbonização é uma prioridade”, afirma Jefferson De Paula, CEO da ArcelorMittal no Brasil.

Um dos projetos solares será na Bahia, num modelo híbrido e integrado ao parque eólico com a Casa dos Ventos. A planta terá 200 MW de potência instalada, com capacidade prevista de geração anual de 44 MW médios (MWm) e vai consumir R$ 690 milhões em investimentos.

A estrutura repete a JV firmada para o projeto inicial no ano passado: 55% do capital ficará com a ArcelorMittal e 45% com a geradora de energia renovável. O fornecimento de energia acontecerá via um contrato de longo prazo.

O segundo projeto, de 269 MW de potência e produção prevista de 69 MW médios por ano, será erguido em Paracatu, no noroeste de Minas Gerais, na primeira parceria com a Atlas Renewable Energy — uma das líderes em energia solar na América Latina, controlada pelo gigante da infraestrutura Global Infrastucture Partners (GIP).

Com R$ 895 milhões de investimentos previstos — que incluem também uma linha de transmissão de 65 km para conexão ao Sistema Interligado Nacional (SIN) —, o contrato tem um modelo ainda pouco usual no Brasil, conhecido como pela sigla em inglês BOT, de Build, Operate e Transfer.

Por essa estrutura, forma-se uma joint venture durante a construção e, depois de entrar em operação comercial, todo o capital será adquirido pela ArcelorMittal. (Normalmente nos contratos de autoprodução, a geradora segue com participação acionária durante todo o contrato.)

A expectativa é que os projetos entrem em operação comercial em dezembro de 2025.

O CEO da ArcelorMittal conta que, por ora, o patamar de autossuficiência de energia da ArcelorMittal está dentro do esperado. “Não queremos chegar a 100%, porque buscamos ter uma flexibilidade de compra no mercado para poder navegar melhor em termos em oscilações de preço da energia via a nossa comercializadora”, diz.

Contudo, com a expectativa de crescimento da economia e das operações, a siderúrgica deve seguir avaliando novos projetos de energia. “Vemos muito espaço para crescer no Brasil e se a economia andar 3% ao ano nos próximos cinco anos e as importações da China de fato diminuírem essa autossuficiência de 88% vira 70%.”

Nos últimos anos, a ArcelorMittal vem implementando um amplo programa de investimentos, que prevê R$ 25 bilhões entre 2022 e 2026 e incluiu a compra da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), da Vale, por R$ 11,2 bilhões.

Além dessa expansão, aumentos de capacidade e modernização das plantas atuais devem levar a produção de 15,5 milhões de toneladas de aço para 17,5 milhões em 2026. A ArcelorMittal responde por 42% da produção de aço bruto do país.

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