Exame IN

Após assumir como CEO, Nelson Kaufman aumenta fatia na Vivara

Em meio a saldão das ações, fundador elevou sua participação para de 24% para 26%

Vivara: fundador, Nelson Kaufman, não estava mais à frente da gestão executiva há mais de 10 anos (Vivara/Facebook/Reprodução)

Vivara: fundador, Nelson Kaufman, não estava mais à frente da gestão executiva há mais de 10 anos (Vivara/Facebook/Reprodução)

Publicado em 22 de março de 2024 às 12h20.

Última atualização em 22 de março de 2024 às 15h04.

De volta ao cargo de CEO da Vivara, o fundador da joalheira, Nelson Kaufman, aproveitou o tombo do preço das ações — causado em grande pelo seu retorno inesperado — e aumentou sua participação na companhia.

Ele passou a deter 26,22% dos papéis, segundo comunicado feito há pouco à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Antes detinha 24,4%. "Comprei pois acredito muito no futuro da companhia", disse Kaufman ao INSIGHT. Ele não crava, porém, se pode seguir na ponta comprador: "Não consigo prever agora".

Desde a noite de sexta-feira, quando seu retorno ao comando da empresa foi anunciado, as ações acumulam mais de 19% de perdas. Considerando o valor de fechamento de ontem, o investimento é de em torno de R$ 95 milhões. 

Aos 71 anos, Kaufman já tinha deixado a gestão da empresa há pouco mais de uma década. Seu filho, Marcio Kaufman, havia ocupado o posto de CEO durante esse período, mas foi substituído pelo primo, Paulo Kurglensky, cerca de dois anos após o IPO. Na última sexta-feira, 15, Kurglensky renunciou e Kaufman foi escolhido para a direção executiva.

Na segunda-feira, 18, quando a empresa fez uma teleconferência com o mercado para Kaufman falar sobre seu retorno, as ações despencaram mais de 14% — cerca de R$ 1,3 bilhão em perda de valor de mercado. Para a equipe do Bradesco BBI, a queda mostrou um desconforto de acionistas minoritários com a mudança inesperada e os riscos de governança.

No entanto o banco manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 43, afirmando que os sinais da teleconferência apontaram não haver nenhuma grande interrupção da estratégia da nova equipe de gestão na trajetória da empresa, "apesar de a atenção com os riscos de governança aumentar."

No quarto trimestre, o lucro líquido da Vivara caiu 9%, para R$ 144,2 milhões, com a receita ainda mostrando um crescimento consistente, segundo o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). O faturamento líquido cresceu 21%, com a venda bruta somando R$ 1 bilhão.

Os planos de Kaufman para a Vivara

“A Vivara vai continuar a mesma, com mais velocidade”, disse Kaufman em entrevista exclusiva em Insight. “Uma coisa é uma empresa que está navegando bem a 20 km por hora. Outra é uma empresa que acelera até atingir uma velocidade de 50 km por hora. Com o meu conhecimento, consigo apressar esse crescimento.”

Sua estratégia é colocar a Vivara num plano de expansão internacional – uma agenda que não constava nos planos da empresa sob o comando do sobrinho.

Nesta sexta-feira, as ações da Vivara negociam em alta, avançando 0,97% perto das 12h, negociadas a R$ 24,98. O valor de mercado da empresa é de R$ 5,9 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:VarejoEmpresasVivaraLuxo

Mais de Exame IN

Mais Porto, menos Seguro: Diversificação leva companhia a novo patamar na bolsa

Na Natura &Co, leilão garantido e uma semana decisiva para o futuro da Avon

UBS vai contra o consenso e dá "venda" em Embraer; ações lideram queda do Ibovespa

O "excesso de contexto" que enfraquece a esquerda