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Após alta de 50% no ano, JHSF movimenta R$ 433 mi em oferta de ações

Companhia acessa mercado pela terceira vez desde IPO realizado em 2007

Fazenda Boa Vista: 'esconderijo' para ver e ser visto na quarentena da elite fora de São Paulo (DIVULGAÇÃO/Divulgação)

Fazenda Boa Vista: 'esconderijo' para ver e ser visto na quarentena da elite fora de São Paulo (DIVULGAÇÃO/Divulgação)

GV

Graziella Valenti

Publicado em 15 de julho de 2020 às 21h08.

Última atualização em 15 de julho de 2020 às 21h42.

A JHSF Participações, empresa responsável pelos shoppings Cidade Jardim, pelo empreendimento Fazenda Boa Vista e pelo aeroporto Catarina, acaba de captar praticamente 400 milhões de reais com a oferta primária de 41 milhões de ações, a 9,75 reais cada. A demanda pelos papéis alcançou seis vezes o total oferecido aos investidores. O preço ficou 7,8% abaixo da cotação de hoje, exatamente a alta que o papel registrou no mercado à vista — fechou a 10,51 reais. Em relação ao preço antes do anúncio da oferta (03/07), o valor na operação ficou 6,7% acima.

A demanda também permitiu que Zeco Auriemo, principal acionista do grupo de controle e presidente do conselho de administração, vendesse um pequeno percentual de sua fatia na empresa: 3,4 milhões de ações, o equivalente a 33,4 milhões de reais ao preço da oferta. Com isso, a operação totalizou 433 milhões — o mesmo montante da oferta pública inicial (IPO), em 2007. O cordenador líder foi o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). Também participaram da Bradesco BBI e XP Investimentos.

Para a companhia que ficará responsável por desenvolver a tão comentada Villa XP, projetos não faltam. O negócio despertou atenção dos investidores pelo que tem por vir e pelo desempenho das vendas do que já possui. Na véspera da oferta,  a empresa deixou o mercado saber da novidade: as vendas de empreendimentos do segundo trimestre dispararam 466%, para 340 milhões de reais — puxadas principalmente pelo Fazenda Boa Vista, que em tempos de quarentena se tornou o isolamento (da cidade) preferido pela elite paulista.

Quando veio o estresse da pandemia, o mercado só olhou para a operação de shoppings da empresa, que também é dona do Catarina Outlet, e a ação bateu em 3,01 reais no dia 3 de abril. De lá para cá, o preço foi multiplicado por quase 3,5. O valor da JHSF na bolsa saiu de 1,9 bilhão de reais para os 6,7 bilhões de reais do fechamento desta quarta-feira. No ano, a alta acumulada é superior a 47%, considerando o fechamento do pregão.

A companhia captou no meio da crise, depois de passar meses com os shoppings fechados, em condições melhores do que em novembro do ano passado, quando levantou 513 milhões de reais, com a ação a 4,75 reais. Essa é, portanto, a terceira vez que a JHSF acessa capital pelo mercado de ações.

A oferta de hoje, além de levantar recursos para os diversos projetos em andamento, também vai contribuir para a melhora da liquidez dos papéis na bolsa, pois amplia a dispersão. A quantidade de ações negociadas na B3 ficará 17,5% maior — descontada exclusivamente a posição dos controladores.

 

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