Exame IN

Ambev vê volume cair no 3º tri, mas melhora margens

Corona, Spaten e outras cervejas premium ajudaram a companhia a reportar queda menor do que prevista pelo mercado

Ambev: menos volume e Ebitda maior (Jonne Roriz/Bloomberg)

Ambev: menos volume e Ebitda maior (Jonne Roriz/Bloomberg)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 31 de outubro de 2023 às 05h02.

Última atualização em 27 de dezembro de 2023 às 17h46.

Ambev e Heineken entraram numa corrida pela preferência dos consumidor de cerveja premium. No terceiro trimestre, as marcas Corona e Spaten, junto com Stella Artois e Original, ajudaram a sustentar uma queda de volume de cerveja Brasil da Ambev menor do que os 2% a 4% previstos pelo mercado. E melhorar - e muito - as margens da operação.

No terceiro trimestre, os volumes de cerveja Brasil da Ambev caíram 1,1%, puxados principalmente por pelas marcas mais econômicas. As marcas principais, ou core, como Brahma, Skol e Antarctica ficaram em linha com o mercado, segundo o grupo. O impulso maior veio mesmo das cervejas premium, que cresceram acima de 10%, ou low-teens, como definem as empresas. Desde 2018 os volumes das marcas premium e super premium da companhia têm crescido, em média, 30% ao ano.

Divulgados na última quarta-feira, 25, os números da Heineken mostravam que o terceiro trimestre da Ambev deveria ser mais duro. Ao contrário da concorrente, o volume cresceu  "um dígito alto" (entre 8% e 9%), com os portfólios premium (com Heineken) e mainstream (da Amstel) avançando mid-teens (algo entre 13% e 15%) e  forties (na casa de 40%), respectivamente.

A Ambev, porém, conseguiu  ficar mais rentável, uma demanda que vinha do mercado e uma tecla em que administração tem batido ao longo deste ano. Se os anos anteriores foram de ganho acelerado de volumes, em 2023, a recuperação de margens é o foco.

Ainda na divisão de cerveja Brasil, seu principal negócio, a receita por hectolitro (cada hectolitro corresponde a 100 litros) ficou 6,8% maior, enquanto o custo/hectolitro (excluindo a venda de produtos de marketplace não Ambev) caiu 1,9%. A redução de custos veio por ventos favoráveis no câmbio e nos preços das commodities, como cevada e alumínio, menor inflaçção geral e ganhaos de eficiência na produção, segundo a Ambev. As despesas administrativas e de vendas e distribuição (em especial pelo diesel mais barato) caíram 4,4%.

Com isso, a divisão viu  seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentar 35,8%, para R$ 3,20 bilhões, com a margem saltando 7,4 pontos percentuais, para 33,5%. Na operação de bebidas não alcoólicas, o volume cresceu 2,8%, com ganhao de 1,5% de Ebitda, para R$ 454,9 milhões.

Correspondente a mais de 50% das vendas da Ambev, o Brasil ainda tem sustentado números finais mais fortes para o grupo. No total, o volume caiu 2%, com apenas a América Central e o Caribe registrando alta (+13,6%), depois de o ano anterior ter sido mais desafiador para a região. Na América Latina e no Canadá, os volumes ainda cederam 9,4% e 13,1%.

A receita da Ambev caiu 1,3%, para R$ 20,32 bilhões, enquanto o lucro líquido avançou 25,8% para R$ 3,91 bilhões, apoiado pela melhora do lucro operacional, 20,5% maior e por uma melhora de 33% no resultado financeiro.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasConsumoBalançosAmbevBebidasMercados

Mais de Exame IN

Fim da guerra da cerveja? Pelas vendas de setembro, a estratégia da Petrópolis está mudando

“Equilíbrio fiscal não existe, mas estamos longe de uma crise”, diz Felipe Salto

Mais Porto, menos Seguro: Diversificação leva companhia a novo patamar na bolsa

Na Natura &Co, leilão garantido e uma semana decisiva para o futuro da Avon