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Alpargatas: Constellation compra 5% e amplia time de sócios estrelados

Companhia do calçado oficial da pandemia, as havaianas, alcançou sua máxima história na bolsa neste ano, acima de R$ 25 bilhões

Alpargatas:  caso de investimento para a Alpargatas continua atraente no longo prazo, pela  possibilidade de aumentar a participação de mercado da Havaianas, diz Jefferies (Havaianas/Divulgação)

Alpargatas: caso de investimento para a Alpargatas continua atraente no longo prazo, pela possibilidade de aumentar a participação de mercado da Havaianas, diz Jefferies (Havaianas/Divulgação)

GV

Graziella Valenti

Publicado em 30 de dezembro de 2020 às 15h04.

Última atualização em 30 de dezembro de 2020 às 18h01.

A Alpargatas, dona das marcas Havaianas e Osklen, ganhou mais um acionista estrelado relevante: a gestora de recursos Constellation, de Florian Bartunek. A casa, entre as mais badaladas do país, atingiu participação de 5,06% das ações preferenciais da empresa.

Agora, a companhia tem realmente uma constelação de grandes investidores. Além da Constellation, as gestoras Dynamo e da Atmos já tinham mais de 5% das preferenciais — sem contar o lendário investidor independente Silvio Tini, que tem 10% do capital total da empresa em ações ordinárias e preferenciais.

A posição da Constellation começou a ser montada em julho. No meio do ano, ainda com a pandemia em seu auge aqui no Brasil, a casa investiu 45 milhões de reais na compra de uma fatia das preferenciais pelo fundo master, que possui 6,6 bilhões de reais de patrimônio.

Essa participação foi aumentando ao longo dos meses e alcançou 124 milhões ao fim de setembro. As aquisições continuadas levaram à posição anunciada nesta quarta-feira, dia 30 — equivalente a 2,5% do capital total.

Na pandemia, a Havaianas ficou identificada como o calçado “do ficar em casa”. As legítimas, pelo visto, além de um hit da moda, são um hit das casas de investimento dedicadas a analisar o fundamento dos negócios.

Na B3, a Alpargatas está avaliada em 23 bilhões de reais, próximo de sua máxima histórica — o que faz a fatia do fundo valer mais de 575 milhões de reais. Quando a Itaúsa adquiriu o controle (antes pertencente à J&F, da família Batista), a empresa valia cerca de 5 bilhões de reais na bolsa. Desde que chegou, vem promovendo mudanças no modelo de negócios, que estão sendo reconhecidas pelo mercado.

No meio da pandemia, mesmo com as exportações prejudicadas e todos os desafios impostos pela quarentena contra a covid-19, a receita líquida teve alta de 17,8%, para 943,5 milhões de receitas, no terceiro trimestre deste ano, em comparação com igual período de 2019. O Ebitda recorrente alcançou 158,3 milhões de reais, após crescimento de 20,1%. E o lucro líquido recorrente aumentou quase 18%, para 122,4 milhões de reais.

Com o posicionamento digital atrasado em relação a outras grandes marcas de varejo, a Alpargatas partiu para o ataque daquilo que sabe fazer bem há muitos anos: posicionamento nos pontos de venda. Desde maio, ativou e reativou um total de 40.000 novos pontos — centralizados em tudo que podia se manter aberto e vendendo durante o isolamento, como supermercados, farmácias e lojas de conveniência. Em outubro, a empresa inaugurou o próprio e-commerce e elegeu a frente digital, o fortalecimento da marca fora do Brasil e a expansão geográfica como suas grandes metas para os próximos anos.

Crescimento sustentável é o que os investidores esperam da companhia. A Alpargatas é uma das poucas do mercado tradicional que ainda não migrou para o Novo Mercado, apesar de os controladores terem uma fatia superior a 55% do capital total — a conversão das preferenciais em ordinárias não levaria a uma perda da posição majoritária da empresa.

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