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Além da Cosan: quem são as outras candidatas a aproveitar a janela de bonds

Petrobras e grandes bancos devem aproveitar oportunidade de captação, que deve se estender até o Carnaval

Dívida nos EUA: empresas exportadoras são as principais candidatas (Antara Foto/Hafidz Mubarak/Reuters)

Dívida nos EUA: empresas exportadoras são as principais candidatas (Antara Foto/Hafidz Mubarak/Reuters)

Publicado em 19 de janeiro de 2024 às 14h38.

Última atualização em 19 de janeiro de 2024 às 18h07.

A Cosan começou nesta semana o roadshow para captar até US$ 750 milhões, em uma oferta que deve ser precificada no início da próxima semana. Será a primeira companhia brasileira a emitir no mercado externo de dívida, depois de outras empresas latino-americanas terem largado na frente, como o banco BBVA, do México, e a colombiana Ecopetrol.

É o começo de uma janela que promete ser agitada. Além da Cosan, outras candidatas a explorar o mercado norte-americano são a Petrobras – com expectativa de uma oferta de US$ 1 bilhão a US$ 1,5 bilhão – e grandes bancos brasileiros, emissores típicos desse tipo de linha de crédito.

Outros nomes que podem acessar o mercado são a JBS e a FS Bio. Produtora de etanol de milho, a FS Bio aumentou recentemente o tamanho de uma captação via Certificado de Recebíveis do Agronegócio, então não está claro se deve seguir com os planos para acessar o mercado internacional, aponta um interlocutor.

“O spread soberano brasileiro, medido pelo CDS, hoje negocia em torno de 130 pontos-base, um patamar muito baixo que possibilita às empresas emitirem lá fora de maneira atrativa mesmo com o patamar dos juros americanos elevados”, aponta um gestor. A tradicional janela de emissão de bonds de começo de ano, ainda usando os balanços do terceiro trimestre, deve fechar antes do carnaval.

A Seacrest, que opera campos de petróleo já mais maduros comprados da Petrobras, também está com book aberto para uma emissão entre US$ 80 milhões e US$ 120 milhões no mercado noruguês, mais nichado. Há dois anos não há novos entrantes brasileiros no mercado de bonds.

"O mercado está aberto e claro para emissores tradicionais e para ativos com grau de investimento. Para novos entrantes e em outra escala de rating, os papéis vão ser olhados mais a caso", diz um assessor financeiro especializado neste tipo de operação.

Apesar de o mercado brasileiro estar crescendo — nas estimativas do CEO da B3, o mercado de crédito local tem capacidade de crescer 30% ao ano, em média — nos Estados Unidos, trata-se de um bolso mais pulverizado, com tíquetes mais altos. A oferta da Cosan, assim como de outros emissores já conhecidos do mercado, normalmente é concluída em períodos curtos, de três a quatro dias.

Empresas exportadoras, em sua maioria, aproveitam a janela para emitir papéis mais longos e fazerem a gestão de passivo, postergando vencimentos. Em um mercado de maior profundidade e de maior velocidade – sem ficarem dependentes apenas do mercado brasileiro. A emissão da holding de Rubens Ometto, por exemplo, será usada para refinanciamento de dívidas.

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