Enfraquecimento do dólar é a "tese de investimento mais limpa para se apostar", alertam estrategistas do banco (PM Images/Getty Images)
Redatora na Exame
Publicado em 25 de abril de 2025 às 16h53.
Um certo alívio – ainda que sempre ruidoso – no tom de Donald Trump em relação às tarifas, a postura mais 'dovish' de diretores do Federal Reserve (Fed) e resultados positivos de empresas como o Google no primeiro trimestre deram algum respiro às bolsas americanas e do dólar nesta semana.
O Dow Jones caminha para fechar em alta de 3%, enquanto o S&P avança 5% desde segunda e a Nasdaq, mais expressivos 8%.
O dólar, por sua vez, interrompeu sua tendência de desvalorização que o fez perder mais de 5% de valor desde o começo do mês e terminou a semana em estabilidade com uma relação a uma cesta de moedas, medidas pelo índice DXY.
Não vendeu suas participações em bolsa americana e dólar ainda? Essa é uma ótima oportunidade, alerta o Bank of America (BofA).
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Em nota a clientes, a equipe liderada por Michael Hartnett afirma que o rali dos últimos dias é insustentável.
O banco reforça a tese de que o dólar está em um processo de desvalorização de longo prazo e que o processo de afastamento dos investidores de ativos norte-americanos – o call de 'Sell America' – está apenas no começo.
O BofA pontua que o atual movimento de alta dos ativos listados é liderado pelas Sete Magníficas (Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Nvidia, Tesla e Microsoft) e está restrito a poucas ações.
Apesar de apostar na queda da bolsa, a recomendação mais convicta de Hartnett nesse cenário é no enfraquecimento do dólar: "essa é a tese de investimento mais limpa para se apostar", alerta o estrategista.
"A tendência de dólar mais fraco vai se concretizar ou de maneira lenta com menores yields ou de maneira mais rápida, com yields maiores", afirmou. "Isso está brutalmente claro com a disparada do preço do ouro."
O banco afirma que, mesmo antes do tema da guerra comercial, a ascensão do DeepSeek em fevereiro já tinha marcado o pico na tese do excepcionalismo americano. As políticas de Trump, por sua vez, são o começo do declínio da globalização – e era o gatilho que faltava para a Europa colocar o pé no acelerador fiscal para estimular sua economia.
Nesse cenário, ele recomenda a alocação em mercados emergentes e ações internacionais, com destaque para a tecnologia chinesa e os bancos europeus e japoneses.