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Acionistas rejeitam nova avaliação e Cielo fica mais perto da OPA

Minoritários queriam outro laudo depois de Bradesco e BB aumentarem oferta de R$ 5,60; assembleia especial rechaçou pedido

Cielo: oferta com preço de R$ 5,60 foi feita no começo de abril e estava suspensa por pedido de novo laudo

Foto: Divulgação/ Cielo (Cielo/Divulgação)

Cielo: oferta com preço de R$ 5,60 foi feita no começo de abril e estava suspensa por pedido de novo laudo Foto: Divulgação/ Cielo (Cielo/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 23 de abril de 2024 às 20h20.

Última atualização em 24 de abril de 2024 às 15h22.

Os acionistas da Cielo rejeitaram um novo laudo para formação de preço para a OPA e a empresa de pagamentos está, agora, mais perto da deslistagem proposta por seus controladores em fevereiro.

Controladores da companhia, Banco do Brasil e Bradesco contrataram o Bank of America para ser a avaliadora independente na proposta de fechamento de capital. A oferta foi de R$ 5,35 por ação, o que representava um prêmio de apenas 6,3% sobre o fechamento de 5 de fevereiro. Mal-recebida por acionistas minoritários, passou por um reajuste de preço em 2 abril, sendo elevada a R$ 5,60.

Ainda insatisfeitos, acionistas minoritários solicitaram uma nova avaliação feita por outra empresa. A proposta foi avaliada por acionistas da companhia em uma assembleia especial nesta terça-feira, mas um novo laudo foi rejeitado, o que deixa a Cielo mais perto da OPA.

Após a oferta, o Banco do Brasil deve ficar com 49,9% do capital da Cielo e o Bradesco com o restante. Hoje, o BB tem 28,7% das ações ONs e o Bradesco, 30,06%.

A OPA marca uma trajetória complexa da Cielo na bolsa. A empresa tem o controle compartilhado numa relação que passa longe da simplicidade. Também tem lidado com um ambiente de negócios mais difícil.

Os últimos anos foram de perda de market share, enquanto a concorrência no setor aumentava. Em 2023, a companhia apresentou lucro recorrente somou R$ 1,864 bilhão, aumento de 26% em relação a 2022. No quarto trimestre, o lucro líquido recuou 1,9% ante mesmo período de 2022, para R$ 480,8 milhões.

A oferta é uma aposta no modelo integrado entre banco e adquirência, em que as margens apertadas dessa última atividade são compensadas pela oferta agregada e outros serviços para os estabelecimentos comerciais. É a estratégia adotada pelo Itaú com a Rede ao fechar capital há mais de uma década. Desde então, a empresa vem ganhando mercado e superou a Cielo, chegando à liderança no ano passado.

O papel acumula alta de 23% no ano e fechou negociado a R$ 5,59 nesta terça-feira.

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