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A vez do private equity? Advent capta US$ 25 bi, seu maior fundo

Depois da euforia com o venture capital e a bolsa, é o momento dos fundos de private equity irem às compras

Bull market e bear market: fundos de private equity aproveitam momentos de queda para comprar ativos (Getty Images/Getty Images)

Bull market e bear market: fundos de private equity aproveitam momentos de queda para comprar ativos (Getty Images/Getty Images)

GV

Graziella Valenti

Publicado em 24 de maio de 2022 às 08h38.

Última atualização em 24 de maio de 2022 às 08h42.

No mercado financeiro, sempre tem uma parte que se beneficia do bear market. E não há dúvida de que é o private equity. Com as oportunidades de aquisição começando a despontar diante da correção de preço nos ativos, a Advent, um dos maiores players no ramo, larga na frente. A casa acaba de levantar seu décimo fundo, no valor de US$ 25 bilhões — o maior já captado pela gestora. Com ele, os ativos totais sob gestão chegam à cifra dos US$ 100 bilhões.

O valor obtido para a carteira é 40% maior que o fundo anterior, de US$ 17,5 bilhões, angariado em 2019. O GPE X terá foco em Europa e América do Norte, mas também poderá ampliar a presença na Ásia, com flexibilidade para setores e diversos tipos de tamanhos de empresas. Os principais segmentos de atuação da casa, porém, são serviços financeiros, saúde, indústria, varejo, consumo e lazer, além de tecnologia.

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Quando somado ao Advent Tech II, a gestora acumula um total de US$ 30 bilhões captados nos últimos 12 meses. Em nota, David Mussafer, sócio-gestor e co-presidente do comitê executivo da Advent, afirma que esse volume é prova da confiança dos investidores “particularmente em circunstâncias econômicas e políticas globais desafiantes”.

Apesar do foco no Hemisfério Norte, além de Ásia, o GPE X também poderá coinvestir com os fundos mais recentes da casa para tecnologia e para América Latina. Fundada em 1984, a Advent já investiu em mais de 390 empresas, em 42 países.

O cenário adverso internacional encolheu a liquidez para ativos de risco, sejam as empresas listadas, sejam as privadas. O setor de tecnologia está no epicentro da correção, uma vez que se trata de empresas de capital intensivo e com a perspectiva de retorno em um futuro mais distante.  O ambiente global de inflação e aumento das taxas de juros têm como consequência natural adiar esse futuro, o que explica boa parte da fuga de recursos. Somente a Nasdaq, encolheu no ano, até sexta-feira da semana passada, US$ 9 trilhões em valor de capitalização das companhias listadas.

Do investidor de bolsa ao venture capital, todos estão mais restritivos e terão de lidar com as correções nas suas carteiras. É normalmente nesse ambiente que o private equity faz a festa. No Brasil, o primeiro sinal público veio com o investimento da General Atlantic, na Locaweb. A gestora comprou 11% da companhia no mercado secundário — mais de 6% em um único leilão na B3, na semana passada.

No Brasil, as ofertas de ações secaram e não se ouve mais falar em IPOs (listagem de novas empresas com venda de ações) desde a Vittia, no fim de agosto do ano passado. Nos Estados Unidos, de janeiro a maio ocorreram apenas 113 estreias, 77% menos do que as quase 500 que se listaram nesse período no ano passado. O pior ano no mercado americano foi 2008, quando foram registradas apenas 62 ofertas públicas iniciais.

 

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