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A nova solução da Vórtx para simplificar a emissão de crédito no Brasil

Software recém-lançado mira o back-office e visa principalmente substituir e-mails — o padrão de comunicação para esse tipo de transação

Crédito e tecnologia: a saída da Vórtx para melhorar eficiência do mercado (Getty Images/Getty Images)

Crédito e tecnologia: a saída da Vórtx para melhorar eficiência do mercado (Getty Images/Getty Images)

Karina Souza
Karina Souza

Repórter Exame IN

Publicado em 17 de julho de 2023 às 16h28.

Última atualização em 17 de julho de 2023 às 17h22.

A Vórtx lançou ao mercado nesta semana uma (nova) solução para automatizar a emissão de títulos de crédito no Brasil. A empresa, especializada em infraestrutura para back-office do mercado financeiro, traz ao mercado um software cujo propósito é agregar mais transparência e organização ao processo de emissão de títulos de crédito. Hoje, por estar principalmente no mercado de balcão, esse tipo de emissão ainda conta com uma grande quantidade de etapas manuais. Especificamente, e-mails.

“É um processo muito ineficiente. O que queremos oferecer de remédio? Nossa esteira de serviços para emissão de títulos, que traz em um único lugar todas as funcionalidades conectadas. Temos um padrão já feito, dentro do próprio sistema, para cada tipo de crédito que pode ser pedido, que pode ser consultado e preenchido por qualquer um dos agentes dessa cadeia. Além disso, o sistema também oferece a possibilidade de consultar, a todo momento, onde cada etapa está, bem como integrações com cartórios e com a própria B3”, diz Eugenia Souza, sócia e diretora de corporate trust da Vórtx, ao EXAME In

Entender o impacto da novidade se torna mais claro a partir de um exemplo. Nesse caso, o passo a passo de uma emissão de título de crédito rural. O processo começava com o produtor querendo emitir uma Cédula de Produtor Rural (CPR), para o qual ele chamava um advogado, levava o documento para o cartório e registrava. Em seguida, levava o papel para um agente custodiante, responsável por registrar o papel no balcão. Em seguida, vem um código, divulgado aos investidores (de novo, por e-mail). Depois do fim de todo esse fluxo, os investidores podem requisitar alguma parte da papelada já feita anteriormente ou mesmo o próprio ticker, caso tenham perdido esse código nas comunicações.

Agora, com a nova ferramenta, a ideia é que tudo isso fique reunido em uma única plataforma, com o andamento dos processos sendo acompanhado em um único lugar de forma totalmente digital. Assinaturas de documentos, reconhecimento de firma no cartório, análise de crédito e até mesmo as interações com a B3 passam a ser feitas por ali, substituindo o fluxo manual original. E poderão ser visualizadas por todos os agentes da cadeia ao alcance de um link.

"Imagina uma cooperativa agrícola, que dá crédito para os cooperados via CPR. Com certeza tem alguém ali com um escaninho que faz o controle de quem produz o que e de quanto pode tomar. Queremos oferecer uma experiência visível, mais ágil e com um preço que caiba no bolso", diz Souza. Hoje, o método de precificação da ferramenta deve estar atrelado ao valor das emissões feitas por cada agente, justamente de olho nessa missão de democratizar o acesso a um processo digital.

O potencial de clientes vislumbrado pela Vórtx está em diferentes setores: gestores, plataformas de emissão de crédito e qualquer outra instituição que não tenha a infraestrutura necessária para conduzir esse processo são consumidores em potencial. Nas estimativas da empresa, que trabalha principalmente com o mercado financeiro, pelo menos um terço dos gestores que trabalham com crédito pulverizado e que têm até R$ 1 bilhão em patrimônio administrado devem aderir à ferramenta. 

O lançamento casa com a história da Vórtx. A empresa nasceu há sete anos, de uma percepção de dois advogados, Alexandre Assolini e Juliano Cornacchia, que fundaram a empresa de olho em trazer uma infraestrutura mais eficiente para o mercado. Hoje, a empresa é a processadora do mercado de capitais, ou seja, um sistema operacional de monitoramento e controle integrado que funciona por trás dos investimentos. 

Hoje, a plataforma tem cerca de R$ 680 bilhões em ativos, divididos entre os diferentes serviços prestados, como administração de fundos, agente fiduciário, liquidante e escriturador de operações. A captação mais recente da empresa aconteceu em março de 2021, de R$ 190 milhões, com a gestora americana de private equity FTV Capital.

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