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23S, de Votorantim e Temasek, compra 10% da Vitru

Gestora de growth compra fatia da Vinci Partners, que segue como acionista

Vitru: Empresa que reúne Uniasselvi e Unicesumar se listou na Nasdaq em 2020 (Vitru/Divulgação)

Vitru: Empresa que reúne Uniasselvi e Unicesumar se listou na Nasdaq em 2020 (Vitru/Divulgação)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 28 de setembro de 2023 às 17h48.

Última atualização em 29 de setembro de 2023 às 08h12.

Fundada há pouco mais de um ano, a 23S, gestora que reúne Votorantim e Temasek, está entrando no setor de educação, com a compra de 10% da Vitru, líder de ensino superior à distância no Brasil, dona da Uniasselvi e a Unicesumar.

A fatia foi comprada da Vinci, que está na companhia desde 2016, quando comprou a Uniasselvi da Kroton em conjunto com o Carlyle. A gestora está diminuindo sua participação dos atuais 17,3%, mas segue como acionista, e abrirá mão de um de seus dois assentos no conselho de administração para a 23S.

“Além da posição de liderança em um segmento de alto crescimento, a Vitru tem diversos diferenciais competitivos que contribuíram para fazermos o investimento”, diz o CEO da 23S Capital, Matheus Villares, apontando a qualidade do ensino, infraestrutura robusta dos polos e geração de caixa.

Os valores da operação não foram revelados. A ação da Vitru fechou o dia cotada a US$ 16 na Nasdaq, com queda de 27% no ano.

A aquisição vem num momento em que a Vitru pretende migrar da Nasdaq para a B3, num movimento inédito no mercado de capitais brasileiro. A avaliação é que, nos Estados Unidos, os investidores conhecem menos o modelo de atuação da companhia – com um valor que pode ser destravado no mercado local.

Os papéis da Vitru negociam no mesmo patamar do IPO, realizado em setembro de 2023, apesar de a base de alunos ter crescido mais de 3 vezes e o Ebitda mais de cinco vezes no período.

Hoje, a Vitru tem 900 mil alunos, dos quais cerca de 880 mil são do ensino à distância, divisão que representa 80% da receita. O presencial se concentra apenas em cursos em que há obrigatoriedade por parte do MEC, como medicina e odontologia.

No mercado, há expectativa de que, com a migração para a B3, em algum momento a empresa realize uma espécie de re-IPO, com um follow-on tanto para reduzir sua alavancagem quanto para aumentar a liquidez do papel.

Hoje, o free-float é de apenas 22% do capital, com a maior parte concentrada nas mãos da Compass Group, uma gestora global de origem chilena, o que faz com que o papel tenha pouco volume de negociação.

Além dela e da Vinci, hoje os maiores acionistas são a SPX Carlyle, com 18,5%, as famílias que eram donas da Unicesumar, com 16,6%, a gestora Neuberger Berman, com 12,9%, e a Crescera Capital, com 11,4%.

A Vitru é o segundo investimento da 23S, fundada no ano passado por Votorantim e Temasek com foco em companhias de alto crescimento, com R$ 3,6 bilhões sob gestão. Em fevereiro, a gestora já tinha anunciado um aporte na Ademicon, maior administradora independente de consórcio do Brasil em créditos ativos.

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