Um capacete de futebol americano do Washington Commanders na lateral do campo contra o Seattle Seahawks no Lumen Field ( Tom Hauck/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 21 de julho de 2025 às 11h21.
O presidente americano Donald Trump pediu neste domingo, 20, que o Washington Commanders volte a adotar o antigo nome “Redskins” e ameaçou impedir um acordo para construção de um novo estádio do time da NFL na capital americana, caso sua exigência não seja atendida.
Os Commanders abandonaram o nome anterior em 2020, após pressão de patrocinadores e ativistas indígenas, que afirmavam que o nome e o logotipo reforçavam estereótipos racistas.
Durante uma manhã de golfe em seu clube particular em Washington, Trump publicou no Truth Social: “Os ‘Whatever’s’ de Washington deveriam IMEDIATAMENTE mudar seu nome de volta para Washington Redskins Football Team”. Ele também pediu que o time de beisebol Cleveland Guardians retome o nome “Indians”, abandonado em 2021.
Sem apresentar provas, Trump alegou que “há um grande clamor por isso” e que “nosso grande povo indígena, em grande número, quer que isso aconteça”.
Horas depois, o presidente voltou à rede social para ameaçar bloquear o projeto anunciado em abril que prevê a construção de um novo estádio para os Commanders em Washington. “Não farei um acordo para que construam um estádio em Washington. O time seria muito mais valioso, e o acordo seria empolgante para todos”, escreveu. Não está claro, porém, se Trump teria autoridade legal para impedir o projeto.
As declarações ocorreram em meio à repercussão negativa do recuo do governo Trump sobre a promessa de divulgar arquivos ligados a Jeffrey Epstein, financista condenado por crimes sexuais com quem Trump manteve relações durante cerca de 15 anos.
Em outra postagem, Trump atacou Matt Dolan, ex-legislador e coproprietário dos Guardians, dizendo que ele teria perdido eleições “por causa daquela mudança ridícula de nome”. Dolan, que é republicano, fracassou em campanhas ao Senado dos EUA em 2022 e 2024.
Questionado pelo portal The Athletic, o presidente dos Guardians, Chris Antonetti, disse que o clube está focado no futuro. “Não estou acompanhando isso de perto, mas entendo que há diferentes perspectivas sobre a decisão tomada há alguns anos. Tivemos a chance de construir a marca como Guardians nos últimos quatro anos e estamos animados com o que vem pela frente”, declarou.
As manifestações de Trump também coincidem com os seis meses de seu terceiro mandato e refletem sua tentativa de recuperar bandeiras identitárias de sua base, como a defesa de estátuas e memoriais confederados removidos após o assassinato de George Floyd, em 2020.
“Os tempos são diferentes agora do que eram há três ou quatro anos”, escreveu ele. “Somos um país de paixão e bom senso. DONOS, FAÇAM ISSO!!!”
Trump ainda voltou a afirmar que as mudanças de nome foram rejeitadas por comunidades indígenas. Segundo ele, “sua herança e prestígio estavam sendo sistematicamente retirados deles”. E concluiu: “Os indigenas estão sendo tratados de forma muito injusta. TORNEM OS INDIGENAS GRANDES NOVAMENTE (MIGA)!”