Thiago Braz: esportista bateu o recorde do salto com vara em 2016 (Christian Petersen/Getty Images)
Repórter de POP
Publicado em 29 de maio de 2024 às 11h49.
Depois de levar o ouro na modalidade de salto com vara em 2020, o brasileiro Thiago Braz está oficialmente suspenso por 16 meses, por ter violado as Regras Antidoping do Atletismo Mundial (AIU). Devido à penalidade, o atleta não representará o Brasil nas Olimpíadas de Paris em 2024. A notícia foi confirmada na tarde da última terça-feira, 28, pela World Athletics, entidade máxima do esporte.
A violação do doping já havia sido notificada no ano passado. Braz foi suspenso provisoriamente em 28 de julho de 2023 pelo uso de ostarina, uma droga que aumenta a massa muscular. A confirmação dessa suspensão foi finalizada ontem, o que significa que o atleta ficará afastado do esporte até 27 de novembro deste ano. A pena poderia ter sido maior, mas o Tribunal Disciplinar appontou que não houve "falha ou negligência significativa". Thiago teria sido orientado pela equipe médica para consumir o suplemento.
Olimpíada 2024: com elite da guarda e sistema antidrones, França inicia protocolo de segurançaO advogado de Braz, Marcelo Franklin, entrou com recurso na Corte Arbitral do Esporte. "A decisão foi boa, porque queriam quatro anos e tivemos 16 meses. Estabelecemos que o Thiago não teve culpa, foi uma vítima da contaminação cruzada. Na semana passada, apelamos para a Corte Arbitral do Esporte porque ainda consideramos 16 meses desproporcional", disse o advogado em entrevista ao Globo Esporte.
A Unidade de Integridade do Atletismo (Athletics Integrity Unit), que não responde diretamente à World Athletics,declarou que o pedido foi de suspensão de quatro anos. A entidade declarou, ainda, que pretende entrar com recurso para que a pena seja aumentada, por considerar que Braz foi “imprudente” e agiu com “intenção indireta”.
Olimpíadas 2024: turistas não se animam e Paris vê preço de aluguéis cair até 60%A AIU considera que esportistas do atletismo são informados do risco do uso de suplementos feitos em farmácias de manipulação e, na visão deles, o atleta brasileiro “desconsiderou manifestamente esse risco”.
Thiago Braz é um atleta olímpico brasileiro de 30 anos. Nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, saltou 6,03 metros e, além de obter a melhor marca de sua carreira, cravou o novo recorde olímpico, transformando o estádio no palco da primeira grande conquista do atletismo nos últimos oito anos.
A última medalha do Brasil no atletismo havia sido o ouro de Maurren Maggi, no salto em distância nos Jogos de Pequim-2008.
O brasileiro travou uma disputa eletrizante com o francês Renaud Lavillenie, campeão olímpico e recordista mundial. Em sua última tentativa, Braz superou a marca de 6,03m e deixou o rival pressionado. Sob forte pressão da torcida, o francês não conseguiu superar a marca do brasileiro. Pertencia a ele o recorde olímpico, de 5,97 metros, registrado em Londres, onde faturou o ouro há quatro anos.