Esporte

Sucesso de audiência em Tóquio, surfe espera repetir feito em Paris-24 para seguir em ascensão

Reconhecimento dos surfistas, demonstrado na quantidade de patrocínios de Filipe Toledo, por exemplo, demonstra engajamento que o esporte vem conquistado nos últimos anos

Olimpíadas de Paris 2024: disputa acontecerá no Taiti, em Teahupoo, na Polinésia Francesa (Pool/Getty Images)

Olimpíadas de Paris 2024: disputa acontecerá no Taiti, em Teahupoo, na Polinésia Francesa (Pool/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 26 de julho de 2024 às 10h11.

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O surfe estreia em Paris-24 neste sábado, 27 de julho. A disputa acontecerá no Taiti, em Teahupoo, na Polinésia Francesa, e promete atrair os olhares de diversos fãs. Ciente da importância dos Jogos Olímpicos, a modalidade espera aproveitar, a exemplo do que fez em solo japonês, a visibilidade para melhorar ainda mais o engajamento do esporte.

Na disputa dos Jogos de Tóquio, em 2021, o surfe e o skate estiveram entre cinco dos dez programas olímpicos mais vistos no Brasil durante a primeira semana dos Jogos.

Em 2022, um ano depois da competição, a modalidade ultrapassava os 45 milhões de fãs que costumavam acompanhar o esporte no Brasil, segundo pesquisa realizada pelo Ibope Repucom. Além disso, dados da World Surf League (WSL) apontam que 40% da audiência global vem do Brasil.

Os bons números continuaram sendo construídos e também se refletiram no ano passado. Em nova pesquisa do Ibope Repucom constatou-se que as transmissões do Circuito Mundial de Surfe alcançaram mais de 6,4 milhões de pessoas apenas nos canais Sportv.

Nos últimos dez anos, os números de simpatizantes pela modalidade foram simplesmente triplicados. Por isso, estar em um dos maiores eventos esportivos globais é comemorado para continuar aprimorando significativamente estes números.

"Os Jogos Olímpicos de Paris têm um enorme potencial para aumentar a base de fãs do surfe, repetindo o sucesso de Tóquio, em que o esporte foi um dos mais assistidos. Esse crescimento de audiência oferece oportunidades comerciais significativas para as marcas, que podem se associar ao estilo de vida saudável e engajante da modalidade. Patrocínios de atletas e parcerias com eventos do Circuito Mundial são algumas das estratégias eficazes. Com maior visibilidade, as marcas podem se conectar com um público global apaixonado, capitalizando o interesse renovado pelo esporte", aponta Artur Mahmoud, diretor de negócios da End to End, hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo e produtora de conteúdo oficial das redes sociais do Time Brasil durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Marcas chegam forte

Tamanho crescimento impacta também na forma como as marcas enxergam a modalidade. E, ao que parece, a boa audiência do esporte já reflete no mercado.

Um levantamento feito pelo Ibope Repucom com 30 atletas com grande potencial de subir ao pódio em Paris apontou que o surfe lidera entre as cinco modalidades olímpicas brasileiras com maior número de patrocínios, com 34 acordos. Ao todo, 196 patrocínios de 132 marcas foram identificados na pesquisa, uma média de 6,5 acordos por atleta.

“A combinação de medalha de ouro em Tóquio na Olimpíada anterior, o favoritismo para Paris, o esporte que mais venceu na última década no Brasil criando grandes ídolos e uma competição organizada anualmente pela liga com qualidade, conquistando grande alcance, frequência e relevância. Esses são os ingredientes poderosos que explicam o sucesso comercial da modalidade e seus atletas”, afirma Ivan Martinho, presidente da WSL na América Latina.

No segundo lugar dos esportes com mais patrocínios está o skate, com 30. Em seguida, atletas do vôlei — de quadra e de praia — têm 24, enquanto a ginástica artística acumula 22 contratos. Na quinta posição aparece a natação, com 19 patrocínios. O segmento que mais investe nestes atletas é o de moda/vestuário (27), seguido por setor financeiro (18) e equipamentos esportivos (18).

Já no top 3 de atletas olímpicos com maior número de patrocínios estão o surfista Filipe Toledo, a skatista Rayssa Leal e a nadadora Ana Marcela.

Toledo é o atual bicampeão mundial de surfe e é patrocinado por 16 marcas, incluindo Banco do Brasil e Corona, que também possuem parceria com a WSL.

Ainda segundo dados da pesquisa, outros surfistas merecem menção honrosa. Gabriel Medina, tricampeão mundial de surfe (2014, 2018 e 2021), possui 12 patrocinadores. Já no feminino, a surfista Tatiana Weston-Webb conta com seis.

Curiosamente, o surfe será disputado no Taiti, com fuso horário diferente de Paris, ou seja, poderá brilhar sozinho sem competir com outros esportes angariando ainda mais fãs para a modalidade e tornando-se cada vez mais atrativo para os patrocinadores.

“A WSL tem feito um trabalho fantástico com a modalidade. A base de fãs vem crescendo mundialmente. Não dividir a atenção com outros esportes impulsionará ainda mais o Surf durante os jogos olímpicos”, ponderou Fábio Wolff, da Wolff Sports.

A mesma pesquisa também apontou números referentes as redes sociais. E aí Medina sobra. O brasileiro lidera o ranking de atletas com maior potencial nas redes sociais, com 15 milhões de seguidores. Em seguida, estão a “Fadinha”, com 12,2 milhões, e Rebeca Andrade, com 4,6 milhões. Contudo, dentre os três, os dois primeiros são ativos em outras redes sociais além do Instagram, como YouTube, TikTok e X.

“Tem alguns esportes que possuem uma grande conexão com moda, estilo de vida. São os casos por exemplo do surfe e do skate. Com toda certeza os talentos brasileiros farão boas participações nos Jogos Olímpicos e isso vai resultar em uma continuidade no crescimento de audiência e do interesse da população como um todo”, falou Renê Salviano, CEO da Heatmap, agência que atua com marketing e patrocínio esportivo.

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