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Saudades do Senna? Enzo Fittipaldi é a nova aposta do Brasil na F1

A jovem revelação da Fórmula 2 assinou contrato com a Red Bull e já é apontado como promessa para a principal categoria do automobilismo em 2024

Enzo Fittipaldi na Fórmula 2: esperança para 2024 (François Nel/Getty Images)

Enzo Fittipaldi na Fórmula 2: esperança para 2024 (François Nel/Getty Images)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 13 de novembro de 2022 às 10h09.

Há quase 30 anos o Brasil se pergunta: quando teremos “um novo Ayrton Senna” na Fórmula 1? E quanto mais tempo passa, mais claro fica que jamais haverá um ídolo como Senna. Mas um jovem talento brasileiro já aponta como esperança para trazer o Brasil de volta ao topo na F1 - e o sobrenome dele é Fittipaldi.

Neto de Emerson Fittipaldi e irmão de Pietro Fittipaldi (último representante do Brasil no grid, em 2020), Enzo Fittipaldi foi anunciado neste final de semana em Interlagos como piloto do Red Bull Junior Team, passando a fazer parte do time de jovens talentos da empresa de energéticos, que tem duas equipes na F1: Red Bull e AlphaTauri.

Atualmente com 21 anos, Enzo começou sua carreira correndo de kart nos Estados Unidos, onde passou a infância colecionando troféus na Flórida. A ascensão no automobilismo veio em 2018, quando conquistou o título da F4 Italiana com a Prema ao obter sete vitórias, 12 pódios e 13 poles. Ainda no mesmo ano, Enzo terminou a F4 alemã como terceiro colocado. No ano seguinte, guiando na mesma equipe, foi vice-campeão da Fórmula Regional Europeia.

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Em 2020, Enzo subiu um degrau e teve uma temporada de adaptação na Fórmula 3, em um ano bastante tumultuado por conta da pandemia. O brasileiro conseguiu seu melhor resultado na última prova, em Mugello, sendo quarto colocado com a HWA Racelab.

A temporada 2021 começou com Enzo mudando de equipe, passando a integrar o time tcheco da Charouz. Após conseguir o segundo lugar no GP da Hungria, Enzo recebeu o convite da própria equipe para subir de categoria e fazer sua estreia na Fórmula 2 no meio da temporada.

Contrariando os críticos, Fittipaldi provou que poderia guiar um carro ainda mais rápido e conquistar bons resultados, mas antes sofreu um duro acidente em Jeddah, na Árabia Saudita, palco da penúltima etapa da F2, e precisou ficar ausente da última etapa.

Enzo não desistiu e, após uma recuperação de aproximadamente três meses, contando com muita força do irmão Pietro (piloto reserva da Haas) e dos pais Gugu da Cruz e Juliana Fittipaldi, conseguiu voltar às pistas em março de 2022, mesmo com dores nas pernas.

Apoio de Banco do Brasil e Claro

O brasileiro recebeu apoio de várias empresas, como Banco do Brasil, Claro e Baterias Moura, conseguindo viabilizar mais uma temporada na F2, a sua primeira completa na categoria, obtendo seis pódios durante o ano e se tornando um dos grandes destaques.

A sequência de bons resultados chamou atenção das equipes da F1 e, naturalmente, Enzo iniciou o processo de conversas com os times da maior categoria do automobilismo. Os bastidores começaram a aquecer e a confirmação da entrada para o Red Bull Junior Team veio durante o final de semana do GP de São Paulo de F1.

Enzo ainda tem mais uma etapa decisiva da F2 em Abu Dhabi pela frente. Sexto colocado na tabela de pontos, Fittipaldi poderá até encerrar a competição na terceira posição, dependendo dos resultados.

“É uma grande honra e um passo muito importante em minha carreira entrar na família Red Bull, que é a atual campeã da F1. Estou pronto para realizarmos um trabalho especial juntos. Estou muito grato por esta oportunidade e queria agradecer a Red Bull, Dr Helmut Marko e Christian Horner pela confiança em mim e no meu trabalho”, diz Enzo Fittipaldi.

O Brasil passa a ter em Enzo uma grande aposta sobretudo para 2024, quando há a expectativa de uma vaga na Alpha Tauri - o time atualmente não tem grandes talentos na linha de frente para o futuro. E vale lembrar: foi justamente com este caminho que Max Verstappen e Sebastian Vettel conquistaram seus títulos mundiais.

Enzo sabe que a estrada para a glória ainda tem alguns obstáculos a serem percorridos. Mas o principal talvez ele já tenha conseguido: chamar a atenção de um grande time. Mais do que isso: atraiu olhares do atual time campeão mundial da F1, justamente na fase decisiva da carreira.

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