Ronaldo Nazário: ex-atacante brasileiro (Buda Mendes/Getty Images)
Repórter
Publicado em 12 de março de 2025 às 13h27.
Última atualização em 12 de março de 2025 às 13h29.
O ex-atacante Ronaldo desistiu de se candidatar à presidência da CBF. Em uma postagem nas redes sociais nesta quarta-feira, o Fenômeno revelou que não obteve apoio das federações estaduais e expressou tristeza por não ter a oportunidade de apresentar seu projeto ao colégio eleitoral da confederação.
"No meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo", diz o ex jogador, em uma publicação no Instagram.
E acrescentou: "O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer. A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito deles e eu respeito, independentemente das minhas convicções".
Os estados do Amapá, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro não responderam ao contato de Ronaldo, enquanto a federação paulista o recebeu para uma reunião. As outras 23 federações, por sua vez, manifestaram apoio a Ednaldo de forma simultânea, o que inviabilizou a candidatura do ex-jogador.
Ronaldo havia revelado em dezembro sua intenção de concorrer à presidência da CBF nas eleições previstas entre março deste ano e março de 2026.
Na ocasião, Ronaldo explicou os motivos para se lançar como candidato contra o presidente atual, Ednaldo Rodrigues:
"Eu tenho centenas de motivações, mas a maior delas é voltar com o respeito do futebol brasileiro a nível mundial. O que mais acontece comigo nas ruas são as pessoas parando e pedindo para eu voltar a jogar, porque a situação da Seleção não é das melhores neste momento, tanto dentro de campo quanto fora".
O mandato de Ednaldo Rodrigues vai até março de 2026, mas ele tem a partir de março de 2025 a possibilidade de convocar as eleições.
O colégio eleitoral é composto pelas 26 federações estaduais e a do Distrito Federal, com voto ponderado em três, pelos 20 clubes da Série A (peso dois) e pelos 20 clubes da Série B (peso um).
Depois de declarar publicamente o meu desejo de me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito, retiro aqui, oficialmente, a minha intenção. Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião.
Conforme já havia dito, os meus primeiros passos seriam na direção de dar voz e espaço aos clubes, bem como escutar as federações em prol de melhorias nas competições e desenvolvimento do esporte em seus estados. A mudança necessária viria desse alinhamento estratégico, com a força da visão compartilhada.
No entanto, no meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo.
O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer. A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito deles e eu respeito, independentemente das minhas convicções.
Agradeço a todos que demonstraram interesse na minha iniciativa e sigo acreditando que o caminho para a evolução do futebol brasileiro é, antes de mais nada, o diálogo, a transparência e a união.