Senna: Mike Vogt, ex-gerente de marketing da Tag Heuer e amigo pessoal do piloto, contou que guardou reógio durante 30 anos em um cofre (Pascal Rondeau/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 30 de janeiro de 2024 às 08h34.
Última atualização em 30 de janeiro de 2024 às 08h36.
Um relógio usado por Ayrton Senna no fim de semana em que morreu foi devolvido à marca depois de 30 anos. Mike Vogt, ex-gerente de marketing da Tag Heuer e amigo pessoal do piloto, levou o relógio à sede da empresa, na Suíça, na semana passada. As informações são do Financial Times.
O relógio em questão foi desenvolvido em colaboração com Senna, pouco antes do acidente que o matou, no Grande Prêmio de San Marino em 1994. O tricampeão mundial de Fórmula 1 usou o relógio de pulso no fim de semana da prova, mas o entregou a Vogt antes do acontecimento.
Vogt contou que guardou durante 30 anos em um cofre. Para ele, parecia “desrepeitoso” usá-lo. A única vez que o colocou no pulso foi momentos antes de entregá-lo de volta à Tag Heuer.
O processo de devolução começou há dois anos. Agora, o relógio fará parte de uma exposição sobre Senna, junto um dos capacetes de corrida do piloto e outros relógios Senna lançados pela Tag Heuer.
Vogt, hoje com 60 anos, era fã de Fórmula 1 na juventude e conheceu Senna quando trabalhava para a marca de relógios. A Tag Heuer patrocinava a McLaren, equipe do piloto na época, que lhe rendeu três campeonatos mundiais, em 1988, 1990 e 1991.
Em 1994, Senna passou a pilotar para a Williams, por um salário de US$ 20 milhões (R$ 98,3 milhões). Vogt conta que, mesmo com a mudança, a marca almejava mantê-lo. Para Senna, a parceria era vantajosa, como forma de garantir renda após a aposentadoria.
Juntos, eles criaram o slogan "levado à perfeição" e um mostrador com um “S de Senna vermelho”, equipado com “tipo preferido de pulseira de couro" do piloto, relata o ex-gerente de marketing.
O protótipo foi entregue a Senna, que usou no fim de semana do acidente no Grande Prêmio de San Marino. Segundo Vogt, o piloto entregou o relógio depois que ele disse querer comprar um “imediatamente”, apesar de não poder pelas regras da Tag Heuer.
Depois da morte de Senna, ele disse sentir um compromisso “de tornar o relógio um sucesso". Como resultado, a marca lançou, na época, mil peças e resolveu doar parte dos lucros para o Instituto Ayrton Senna, criado pela irmã do piloto, Viviane.
Desde então, a Tag lançou cerca de dez edições em homenagem a Senna