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Queridinha do Brasil: Rebeca Andrade é a atleta com mais patrocínios do país nos Jogos

Com ouro na quinta e última final na ginástica, atleta se torna a maior medalhista da história do Brasil

Rebeca Andrade, ginasta brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris (Alexandre Loureiro/COB/Divulgação)

Rebeca Andrade, ginasta brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris (Alexandre Loureiro/COB/Divulgação)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 5 de agosto de 2024 às 11h55.

Última atualização em 5 de agosto de 2024 às 12h32.

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Rebeca Andrade mais uma vez fez história. Na manhã desta segunda-feira, 5, ela conquistou o ouro na quinta e última final na ginástica e se tornou a maior vencedora do Brasil, com seis medalhas no total. Ela ultrapassou os então recordistas Torben Grael e Robert Scheidt, velejadores que levaram cinco medalhas. Outro recorde de Rebeca é que ela se tornou a primeira atleta a levar quatro medalhas em uma mesma edição de Olimpíada, superando os três pódios de Isaquias Queiroz na canoagem da Rio 2016. Além do ouro, Rebeca já havia conquistado em Paris o bronze por equipes e duas pratas, uma no individual geral e outra no salto.

Com as quatro medalhas conquistas em Paris, Rebeca vai levar para casa R$ 826 mil, com base nos valores por medalha divulgados pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB). A medalha de ouro em provas individuais, por exemplo, valem R$ 350 mil.

"A Rebeca, há tempos, dá show dentro e fora das competições. Traz valores, emociona, conquista. É a nossa maior medalhista olímpica! Além da imagem de vencedora nata e da história de luta na construção da sua carreira, possui um carisma e carinho do público muito genuínos. As marcas precisam estar atentas nas oportunidades que temos em outros esportes, que transcendem os mais populares como o futebol e vôlei, por exemplo. Assim, conseguem embarcar em uma jornada importante de presença e relacionamento aos valores trazidos por atletas, que se tornam heróis e heroínas em suas modalidades ao longo do tempo. Os Jogos Olímpicos ampliam ainda mais o leque de oportunidades e traz um canhão de visibilidade. Contudo, é importante a construção de uma parceria perene entre marca e atleta patrocinado, com um plano estratégico bem definido e traçado, para que não haja uma relação pontual, mas sim de apoio, presença e resultados ao longo do tempo", analisa Danielle Vilhena, diretora de projetos e operações de marcas da agência End to End, com liderança em projetos estratégicos e produção de conteúdo para o COB e o Time Brasil, incluindo os Jogos Pan-Americano de Lima 2019 e os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

"Não é de hoje que o desempenho de Rebeca tem chamado a atenção, e o que ela fez em Paris apenas ratifica aquilo que já se sabia do potencial dela. Isso, consequentemente, é revertido em outros benefícios que são fundamentais para essas atletas, e a conquista de dezenas de patrocinadores é uma comprovação de onde podem chegar. No entanto, precisamos pensar em algo além, pois sabemos que existe um afastamento das marcas no período pós-Olimpíadas. O planejamento cada vez mais estratégico, com profissionais voltados para esse suporte, que tanto costumamos ver no futebol, precisam estar presentes para as modalidades olímpicas, e a Rebeca pode provocar um divisor de águas neste sentido", aborda Sofia Aldin, especialista em marketing e CMO do Grupo Esportes da Sorte, presente em Paris com parcerias comercias com o Grupo Globo e Cazé TV.

Outro dado significativo é que a ginasta é a atleta com mais patrocínios da delegação brasileira, com um total de 12 patrocínios envolvendo grandes marcas: Panasonic, Riachuelo, Medley, Adidas, Invisalign, Sankhya, Vult, Volvo, Parmalat Wheyfit, Docile, Hemmer e Bradesco. Informações do mercado dão conta que, com todos eles, Rebeca deva faturar entre R$ 600 mil e R$ 1 milhão por ano.

“As espetaculares conquistas de Rebeca no Mundial e agora nos Jogos devem ser muito celebradas e ratificam aquela expectativa anterior por medalhas olímpicas na modalidade. Com tudo isso, é necessário fazer com que a Rebeca e outras atletas sigam em evidência todos as semanas por meio de conteúdo, PR, Cross com outras modalidades, atraindo parceiros comerciais para contratos de longo prazo, já pensando no ciclo olímpico de 2028 e não somente 2024", aponta Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

Ela é atleta olímpica do Flamengo desde 2021 e tem um salário mensal aproximado de R$ 20 mil. O contrato dela com o clube rubro-negro acaba ao final deste ano. Existe também um valor que vem do Bolsa Atleta, programa do governo federal criado em 2004 para apoiar financeiramente atletas de alto desempenho, em torno de R$ 17 mil.

"Rebeca Andrade vem capitalizando comercialmente desde a excelente performance nas Olimpíadas de Tóquio, ou seja, vários patrocínios e milhões de novos seguidores. Receber a “coroa” de Simone Biles no Mundial proporcionará ainda mais força ao que já estava ocorrendo", opina Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

Na redes sociais, Rebeca Andrade também brilha. Somente nos últimos sete dias, ela ganhou nada mais nada menos do que 4,8 milhões de novos seguidores nas redes sociais, chegando aos atuais 8,2 milhões.

Na plataforma X, a medalhista de ouro chegou a ficar por algum tempo entre os assuntos mais comentados do país, com mais de 200 mil interações. Já dados do Google Trends nesta manhã apontam um crescimento de 1.000% no nome pesquisado de Rebeca Andrade, com mais de 500 mil interações.

"A carreira dos atletas de alto rendimento é fundamentada no talento e no sacrifício, mas o reconhecimento, no Brasil, chega somente com títulos e medalhas, e Rebeca personifica tudo isso, além da consolidação do Brasil na elite de uma modalidade que associa ao esporte não somente o que de melhor oferece a nossa miscigenação, mas também algo da nossa cultura, artística e musical. Rebeca voltará de Paris como símbolo nacional, não só desses jogos, e nem só da história do nosso esporte, porque pode ser vista hoje já como uma referência, ou mesmo uma heroína, para todas as mulheres e negros, os mais discriminados em nossa sociedade. Integrar esses dois grupos e ser referência mundial em um país no qual poucos esportes coletivos são financiados como devido faz com ela seja já um ícone, e não mais uma atleta somente", opina Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento americana, comandada pelo cantor Jay-Z, que gerencia a carreira de centenas de atletas.

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