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Quem é Dorival Júnior? Conheça a trajetória do novo técnico da seleção brasileira

Técnico deixou o comando do São Paulo, onde atuou desde 2023 e conduziu o time ao inédito título da Copa do Brasil

Dorival Junior: técnico deixa o São Paulo para assumir comando da Seleção Brasileira (Ricardo Moreira/Getty Images)

Dorival Junior: técnico deixa o São Paulo para assumir comando da Seleção Brasileira (Ricardo Moreira/Getty Images)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 8 de janeiro de 2024 às 10h06.

Última atualização em 8 de janeiro de 2024 às 10h12.

Neste domingo, 7, o São Paulo confirmou a saída do técnico Dorival Júnior. O treinador solicitou seu desligamento do time para assumir o comando da Seleção Brasileira, ocupando a vaga deixada por Fernando Diniz, que foi demitido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Segundo o comunicado do clube paulista, o convite para o técnico foi feito por Ednaldo Rodrigues, presidente da confederação. Há expectativa para que o anúncio oficial aconteça até quarta-feira, 10.

Em nota, Dorival Junior declarou que liderar a seleção brasileira é a realização de um sonho pessoal.

“É a realização de um sonho pessoal, que só foi possível porque tive o reconhecimento do trabalho desenvolvido no São Paulo. Por isso tenho de agradecer por ter feito parte desse importante período de reconstrução, liderado com competência pela presidência e pela diretoria. Com o investimento na infraestrutura e o planejamento dos últimos anos, o Clube está preparado para receber os mais qualificados profissionais do mercado”.

A contratação é um grande passo na carreira de Dorival, que conta com passagem em importantes clubes brasileiros além do tricolor.

Quem é Dorival Junior?

Nascido em 25 de abril de 1962, Dorival Silvestre Junior tem o futebol como principal alicerce de sua vida desde a infância em Araraquara, no interior de São Paulo.

Sobrinho de Dudu, ídolo do Palmeiras nas décadas de 60 e 70, Dorival cresceu ouvindo diversas histórias do tio. Aos 6 anos de idade, ele atuava como mascote da Ferroviária, ao lado do irmão, quando seu pai, o Sr. Dorival, ocupava um cargo diretivo na equipe Grená. Então, sua paixão pelo esporte cresceu nessa época. No estádio do time do interior paulista, Dorival aproveitava os momentos de acesso ao gramado para brincar com a bola, algo que viria a mudar sua vida.

Conhecido como um volante de "cabeça erguida", como alguns de seus amigos da época mencionavam, Dorival jogou por 12 clubes, incluindo Palmeiras, Grêmio, Juventude, Coritiba, e equipes do interior paulista como Guarani, Araçatuba, Matonense e Botafogo-SP, onde encerrou a carreira como jogador e iniciou sua jornada como treinador.

Apesar de conquistas em campeonatos estaduais, como o Campeonato Gaúcho de 1993 e o Catarinense de 1987, Dorival sagrou-se campeão da Série B de 1994 com o Juventude, mas foi atuando como treinador que realmente ganhou destaque.

Nessa posição, os troféus e prêmios individuais o levaram a ser reconhecido como técnico da seleção brasileira.

Em 2002, Dorival deu os primeiros passos na liderança de um clube de futebol, durante a sua breve passagem pela Ferroviária. No ano seguinte, tornou-se gerente de futebol do Figueirense, mas seguindo conselhos de Muricy Ramalho, então treinador do clube catarinense, retornou à função quando Muricy se transferiu para o Internacional.

Em 2004, conquistou seu primeiro título como treinador: o "Campeonato Catarinense". Consequentemente, sua carreira deslanchou e passou a ser cobiçado por diversos clubes brasileiros. Entre 2004 e 2009, Dorival comandou equipes como Fortaleza, Criciúma, Juventude, Sport, Avaí, São Caetano, Cruzeiro, Coritiba e Vasco.

Por outro lado, o trabalho de Dorival passou a ter maior visibilidade em 2010. No comando do Santos, ele ajudou o time a conquistar o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil.

No entanto, sua passagem pelo Santos foi encurtada após um desentendimento com a então estreka do clube Neymar. Durante um jogo contra o Atlético-GO, o atacante foi impedido por Dorival de cobrar um pênalti e reagiu com xingamentos. Dorival decidiu deixá-lo de fora do clássico contra o Corinthians, o que desagradou os dirigentes e resultou em sua demissão.

Desde então, Dorival treinou diversos clubes, como Atlético-MG, Internacional, Flamengo, Fluminense, Palmeiras.

Em 2019, Dorival enfrentou câncer de próstata, interrompendo temporariamente sua carreira. Felizmente, o técnico venceu a doença e retornou ao futebol, em dezembro do mesmo ano, para assumir o Athletico-PR. Embora tenha conquistando o campeonato paranaense em 2020, Dorival também apresentou maus resultados, que resultaram em sua demissão.

Em 2021, não esteve ativo como treinador e, em 2022, aceitou a proposta do Ceará. Mas também foi sondado pelo Flamengo. Em 10 de junho de 2022, foi anunciado no clube carioca e sua carreira chegou a um novo nível. Em menos de seis meses, reorganizou a equipe que vinha mal com Paulo Sousa e conquistou os títulos da Copa do Brasil e da Libertadores, o ápice de sua carreira.

Inesperadamente, não houve continuidade em seu trabalho, e a diretoria do Flamengo optou por demiti-lo.

Em abril de 2023, após a demissão de Rogério Ceni do São Paulo, Dorival foi prontamente contratado. No clube paulista, teve êxito novamente em competições eliminatórias e conquistou a inédita Copa do Brasil pelo Tricolor paulista.

Seus recentes êxitos fizeram do treinador de 61 anos o principal alvo da CBF. Neste domingo, ele aceitou o convite para se tornar o técnico da seleção brasileira.

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